Durante o evento ABX23 – Automotive Business Experience, que aconteceu no último dia 20 de setembro em São Paulo, especialistas em mercado e representantes das montadoras falaram bastante sobre a mudança no famoso “carro popular” que o brasileiro sempre almejou ter.
Marcelo Pereira, diretor da Ipsos, comentou que “o carro popular do passado não vai mais existir, e sim que o termo deveria ser trocado por carro de entrada”, mostrando que até quem é especialista concorda que carro popular não existe mais.
Fernando Silva, diretor de vendas da Volkswagen do Brasil, disse que “hoje temos que pensar em carro popular como sendo um carro acessível, ou seja, um carro que o consumidor consiga colocar dentro do orçamento”, e que traga todos os benefícios de um carro moderno.
Um carro de R$ 70.000 ser acessível é algo bem subjetivo, pois para as diferentes classes sociais, esta quantia em dinheiro é vista com olhos bem diferentes entre si.
As montadoras, aliás, amam comparar o valor que os carros tinham antigamente com os valores de hoje, se pegarmos os preços e os corrigirmos por índices como o IGPM.
O Fusca Itamar, lá do final de 1993 e começo de 1994, custaria hoje R$ 76.000 se fizermos essa conta, mas seria um carro sem nenhum equipamento de conforto ou segurança. Aliás, o Fusca Itamar, mesmo nos anos 90, já era um carro extremamente ultrapassado, que só voltou ao mercado por insistência do então Presidente.
Marcelo Pereira, acima citado, comentou sobre a mudança no nome do carro mais barato disponível no mercado:
“Hoje as pessoas esperam muito mais do produto, querem qualidade, tecnologia e segurança. Se for imaginar em voltar ao que era o passado, um carro que não tinha um rádio, que não tinha ar-condicionado, não é mais o que o nosso consumidor espera.”
O site Automotive Business, fonte da informação desta reportagem, também entrou nos detalhes das mudanças que os carros tiveram nas últimas décadas, passando por obrigatoriedades governamentais para dar mais segurança aos usuários, como implantação de airbags e freios ABS, por exemplo.
Também existem as obrigatoriedades do mercado, que exige hoje que um carro tenha ar-condicionado e também centrais multimídias bem elaboradas.
Ou seja, por um lado podemos ficar felizes que o carro popular do passado nunca irá voltar, entregando baixíssima segurança e pouquíssimo conforto.
Mas por outro lado, não podemos ficar animados com a volta de um carro 0km mais barato, pois isso não vai acontecer. Os carros continuarão tão equipados como hoje, ou ainda mais, e os preços continuarão aumentando, como a indústria automotiva sempre faz.
E outra coisa que ela sempre faz é choramingar para o governo, pedindo reduções de impostos, descontos pagos pelo governo, e tudo mais que puderem.
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