
Quem diria que um Mercedes 190E, sedã esportivo discreto dos anos 80, se tornaria uma verdadeira peça de colecionador — e por um motivo mais do que especial: ele pertenceu a Ayrton Senna.
O tricampeão mundial de Fórmula 1 usava esse carro como seu meio de transporte pessoal pelas estradas britânicas durante o início de sua ascensão meteórica no automobilismo.
A história começou em 1985, quando Senna, ainda vivendo no Reino Unido e sem qualquer vínculo com a Mercedes, comprou do próprio bolso este 190E 2.3-16 com motor Cosworth.
A escolha do modelo não foi por acaso. Um ano antes, em 1984, ele havia vencido a lendária “Race of Champions” no autódromo de Nürburgring — prova na qual todos os pilotos correram com o mesmo 190E preparado pela marca alemã.
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Sob chuva intensa, o então jovem brasileiro humilhou veteranos da Fórmula 1 e deixou sua marca logo de cara, superando até o bicampeão Niki Lauda.
Depois de rodar cerca de 40 mil km com o carro, Senna precisou se desfazer dele ao se mudar para Mônaco após assinar com a McLaren.
Desde então, o carro passou por poucos donos e hoje vive na Austrália, onde chegou em 2004 levado por seu atual proprietário — o mesmo desde 1996.
Ao longo dos anos, o 190E acumulou 248 mil km, mas ainda mantém a integridade do conjunto, com pintura original, manuais, rádio Becker, extintor de incêndio de época, estojo de ferramentas completo e até o kit de primeiros socorros ainda lacrado.

Sob o capô, permanece o lendário motor 2.3 de quatro cilindros desenvolvido pela Cosworth, com 185 cv e o famoso câmbio manual de cinco marchas com engate em “dogleg”, que posiciona a primeira marcha para baixo e à esquerda — típico dos carros de competição da época.
Além do valor histórico e da documentação original com o nome de Senna, o carro ainda carrega uma cereja no bolo.
Essa é a assinatura de Niki Lauda no compartimento do motor, feita durante o GP da Austrália em 2016 — uma homenagem extra à rivalidade e respeito entre dois dos maiores nomes da história do automobilismo.

Agora, esse 190E especial vai a leilão pela RM Sotheby’s, com estimativas entre £220.000 e £250.000 — o equivalente a cerca de US$ 310 mil, ou mais de R$ 1,6 milhão.
Para efeito de comparação, um 190E 2.3-16 comum, bem conservado, custa cerca de US$ 30 mil. Ou seja, o “fator Senna” multiplica o valor por dez.
Mais do que um carro, trata-se de um pedaço da trajetória de um dos maiores ídolos do esporte mundial — um automóvel que transportava Senna fora das pistas, mas que carrega toda a essência de sua paixão por performance, precisão e velocidade.
Quem levar esse carro para casa não estará comprando apenas um Mercedes. Estará adquirindo um capítulo autêntico da história do automobilismo.

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