Carros conectados se convertem em “espiões” sobre rodas

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Com os carros elétricos, a tendência de estar o tempo todo conectado se converteu em uma bandeira para toda marca que se preze e com ela o risco da vida do usuário estar sendo exposta.

Casos como da Tesla, onde câmeras ligadas mostravam até clientes nus, causam enorme preocupação.

Hoje, conectar um smartphone à central de infoentretenimento, pode ser como estar em uma estrada sem placas, porém, você nem precisa disso para estar exposto.

Uma pesquisa da Mozilla Foundation apontou que os carros conectados são uma ameaça à privacidade dos usuários, após um levantamento com 25 marcas e todas surgiram com avisos de “Privacidade Não Incluída”.

O levantamento assusta ao afirmar que a privacidade nos carros conectados é pior que em computadores, smartphones e smart TVs, por exemplo.

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A pesquisa revelou que todas as marcas coletam uma quantidade excessiva de dados pessoais dos clientes, incluindo hábitos de direção, preferências pessoais, informações médicas e até genéticas. Em dois casos, até a preferência sexual do cliente é exposta.

Das 25 marcas, excessivamente 17 coletam os dados de viagens, 16 de comportamento ao volante e 14 de preferências pessoais a bordo, com Nissan e Kia indo ao ponto de incluir detalhes da “atividade sexual” do cliente. Todas registram a localização e o tempo de uso do carro.

Bom, a partir disso, é que vem o real valor da informação, mais valiosa hoje em dia que ouro, pois 84% das marcas analisadas compartilham estes dados com terceiros, como prestadores de serviço, etc.

Das 25, 76% informam que podem vender os dados dos usuários (de onde vem o lucro, é claro, informação que vale milhões ou bilhões de dólares), enquanto 56% podem fornecer os dados ao governo ou a “pedido” do mesmo, como na Hyundai.

A Mozilla apontou que apenas duas marcas, Renault e Dacia, garantem o direito de todos os clientes excluírem seus dados pessoais.

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Isso é importante porque, mesmo nas mãos dos fabricantes, os dados podem cair nas mãos de hackers.

A fundação disse: “Nossa principal preocupação é que não podemos afirmar se algum dos carros criptografa todas as informações pessoais que estão no carro”.

A pesquisa apontou que as marcas presumem o consentimento pessoal do cliente, sem um consentimento real. É aquele momento do aviso que ninguém lê e “concorda”.

Seria mais ou menos como te oferecer um doce de graça e você decidir por aceitar, mas se não o fizer, ele ficará ali na sua frente “pedindo” para ser consumido. Lembra da maçã?

Por fim, a Mozilla apontou que os Princípios de Proteção do Consumidor, do grupo Alliance for Automotive Innovation dos EUA, só não teve adesão de Renault, Dacia e Tesla.

Bom, as duas primeiras nem estão nos states, mas não se pode dizer o mesmo da maçã sobre rodas…

[Fonte: O Tempo]

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X