
A Tesla acaba de dar um passo polêmico — e preocupante — em sua estratégia de atualizações nos veículos conectados.
A montadora lançou um update que transforma a visualização do carro no painel em uma moto do universo Tron, promovendo diretamente o novo filme Tron: Ares, da Disney.
A ação já gerou uma onda de críticas por parte dos proprietários de veículos da marca, que veem isso como o início da publicidade invasiva dentro de um espaço que deveria ser pessoal.
A surpresa não é apenas pelo conteúdo promocional, mas também pela aliança improvável entre Tesla e Disney.
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Elon Musk, CEO da Tesla, já havia atacado publicamente a empresa do Mickey em diversas ocasiões, chegando inclusive a remover o aplicativo Disney+ do sistema de entretenimento dos carros.

Agora, pouco tempo depois, a Tesla não só se aproxima da Disney, como transforma a interface do veículo em uma peça publicitária para um blockbuster.
Segundo relatos, os proprietários não receberam nenhum aviso prévio sobre a inclusão do recurso, que permite transformar o avatar do carro em uma moto futurista de Tron.
O problema? A maioria vê isso como um uso indevido da tela e da experiência de bordo que eles próprios pagaram, sem qualquer tipo de compensação — financeira ou funcional.
“Ah, ótimo. Agora tenho propaganda dentro do meu carro”, comentou Matt Chinander no post oficial.
Já Austin Harrison ironizou: “Quando foi mesmo que Elon declarou guerra contra empresas ‘woke’? Semana passada? E agora fecha parceria com a Disney?”
The grid has expanded to your Tesla — Tron: Ares update rolling out now pic.twitter.com/oQvYSAFuLM
— Tesla (@Tesla) October 10, 2025
As críticas também apontam para a má priorização de recursos por parte da Tesla.
Muitos donos cobram há anos atualizações no sistema de direção autônoma, especialmente em modelos com hardware mais antigo (HW3), que não recebem melhorias há mais de um ano.
Em vez disso, a marca opta por desenvolver recursos cosméticos ligados a filmes.
Além disso, o update parece reforçar o temor de que a Tesla esteja ensaiando um modelo de monetização via anúncios dentro do carro.
A especulação entre os usuários é de que, num futuro próximo, a empresa pode começar a oferecer um pacote de “experiência sem anúncios” incluso em sua assinatura de conectividade premium — ou seja, você pagaria para deixar de ser alvo de propaganda dentro de um carro pelo qual já pagou caro.
Para alguns, como o comentarista Ryan Ballantyne, a situação é grave: “Isso é uma violação do espaço pessoal. É apropriação indevida de um recurso que eu paguei para usar como consumidor. Isso justifica processo, boicote e até a venda imediata do veículo.”
No fim das contas, a Tesla parece estar caminhando por uma linha muito tênue entre entretenimento interativo e invasão comercial disfarçada de inovação.
E se essa atualização for realmente um teste para inserir publicidade em larga escala nos carros, o impacto na confiança da base de clientes pode ser muito maior do que a repercussão de um filme de ficção científica.
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