Enquanto no Ocidente a Jaguar se reinventa como uma marca 100% elétrica, uma realidade bem diferente acontece do outro lado do mundo: seus últimos carros a combustão continuam vivos — e com grandes descontos — no mercado chinês.
A fabricante britânica encerrou a produção de modelos com motor a combustão em suas fábricas ocidentais, mas ainda mantém uma linha ativa na China, graças à joint venture com a Chery, chamada Chery-Jaguar Land Rover.
Por lá, três modelos continuam sendo fabricados e vendidos: os sedãs XEL e XFL, e o SUV E-Pace, todos equipados com motores a gasolina e com descontos que chegam a mais da metade do valor original.
Os números chamam atenção: o XEL, uma versão alongada do XE, é vendido com motor 2.0 turbo de 250 cv e entre-eixos estendido para 2,93 metros.
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Ele custava 334.600 yuans (aproximadamente R$ 229 mil), mas agora sai por apenas 159.800 yuans, o equivalente a cerca de R$ 110 mil — uma queda de 52,2%.
O XFL, por sua vez, é a versão esticada do XF, também com motor 2.0 turbo, nas versões de 250 cv ou 300 cv.
Seu preço caiu de 439.900 yuans (R$ 302 mil) para 239.800 yuans (em torno de R$ 165 mil), um corte de 45,5%.
Já o SUV E-Pace, que deixou de ser produzido em mercados ocidentais em 2024, continua à venda na China com motor 1.5 turbo de 200 cv ou 2.0 turbo de 250 cv.
Antes vendido por 263.800 yuans (R$ 181 mil), agora parte de 148.000 yuans (R$ 102 mil), uma redução de 43,9%.
Esses descontos agressivos são parte de uma estratégia para manter a marca viva num mercado cada vez mais dominado por fabricantes locais, como BYD e Geely, que pressionam marcas tradicionais com preços competitivos e tecnologia de ponta.
Apesar de a Jaguar estar longe de figurar entre as líderes na China, os cortes deram resultado.
A marca, que vendeu 18.326 carros em 2022, caiu para 11.600 unidades até outubro de 2023, mas voltou a crescer após a política de descontos ser adotada.
Em maio, antes das promoções, a Jaguar vendeu apenas 759 unidades. Em junho, o número subiu para 1.455, em julho foi a 1.566 e, em agosto, chegou ao pico de 1.925 unidades.
Nos meses seguintes, houve uma leve queda, mas os volumes ainda são significativamente maiores que os anteriores à campanha.
Mesmo assim, o impulso parece ter prazo de validade.
O fôlego nas vendas já mostra sinais de esgotamento, indicando que a demanda por modelos antigos a combustão está perto do limite — mesmo com preços tão atrativos.
Enquanto isso, a Jaguar se prepara para lançar sua nova linha de EVs, mirando um reposicionamento premium que a colocaria frente a frente com marcas como a Bentley.
A produção e o desenvolvimento desses modelos devem acontecer fora da China, marcando o fim definitivo da era dos motores a combustão para a marca — ao menos no resto do mundo.
Na China, no entanto, os Jaguar a gasolina seguem firmes — ao menos até que o estoque acabe.
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