O carro elétrico ainda é um território desconhecido em sua totalidade. O motivo é que não se sabe como eles estarão daqui a cinco ou dez anos, mas em seus primeiros momentos pós-venda, já dá para ter uma noção.
Ainda que não seja uma máxima para a vida toda, os carros elétricos agora sofrem não só pela falta de infraestrutura de recarga, mas também pela desvalorização elevada, considerada o dobro dos carros comuns, segundo um levantamento da Bright Consulting, feito para a Auto Data.
Com dados obtidos no mercado de carros usados a partir de novembro de 2022, a consultoria automotiva aprontou uma desvalorização média de 8% para carros elétricos, sendo estes com preços acima de R$ 300 mil.
Todavia, abaixo desse valor, a desvalorização chega a 15%, com média de 9% no mercado de carros com bateria. Já os carros a combustão comuns tem desvalorização média de 6%.
Cássio Pagliarini, diretor de estratégia da Bright Consulting, comenta que, “pressionados por fatores como preço mais alto, pequena disponibilidade de estações de recarga, expectativa de vida das baterias e autonomia de rodagem, os veículos elétricos puros são aqueles com a maior depreciação”.
Como já comentado, ainda é cedo para afirmar que o carro elétrico é um mau negócio, visto que a durabilidade da bateria e o desempenho de recarga ainda não foram colocados à prova, uma vez que a garantia média é de oito anos.
Sem saber o que irá acontecer, prever que não alcançarão os limites de cobertura de 70% a 80% é mera especulação. Tudo ainda é um exercício de futurologia, assim como um mercado nacional eletrificado com híbridos flex.
Terão esses carros também desvalorização maior que os modelos puramente não eletrificados? No caso dos elétricos, o temor é maior porque eles já estão na praça.
Pagliarini comenta: “O medo de não saber, na prática, como é ter um elétrico usado faz com que o cliente pague menos pelo veículo. A suposição de que pode haver problemas, aliado ao fato de não saber como proceder com a manutenção e a garantia diretamente com a marca, na condição de segundo proprietário, desperta insegurança que puxa o preço para baixo.”
Então, o mercado terá de dar tempo ao tempo para ver como será essa realidade futura no mercado nacional.
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