
A tradicional instituição norte-americana IIHS, referência em testes de segurança automotiva, está prestes a mudar as regras do jogo mais uma vez.
A partir de 2027, os carros que quiserem conquistar o cobiçado selo Top Safety Pick+ terão que vir equipados com um sistema de assistência inteligente de velocidade (ISA), que alerta o motorista quando ele ultrapassa o limite permitido na via.
E, até 2030, a exigência vai subir ainda mais: só ganhará a nota máxima em segurança o carro que conseguir detectar se o condutor está alcoolizado ou com as capacidades comprometidas.
Segundo a própria entidade, a ideia é simples: reduzir mortes causadas por comportamento de risco ao volante. Atualmente, quase um terço das fatalidades no trânsito americano envolve motoristas alcoolizados.
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E as estatísticas de 2023 mostram que 29% das mortes ocorreram em acidentes relacionados ao excesso de velocidade — nada menos que 11.775 vidas perdidas.
Com base nesses dados, o IIHS pretende usar sua influência para forçar montadoras a adotarem tecnologias capazes de salvar vidas, mesmo que isso incomode os mais “puristas” da direção.
Stephan Durach, presidente da instituição, deixou claro que o objetivo é integrar tecnologias de prevenção diretamente nas avaliações de segurança, assim como foi feito com airbags, controle de estabilidade e frenagem automática no passado.
E, se depender do histórico do IIHS, as fabricantes vão se adaptar rápido. Afinal, o selo Top Safety Pick+ já virou um argumento de venda poderoso e estar fora da lista pode prejudicar a imagem de qualquer modelo novo.
Na prática, os ISAs podem funcionar de forma passiva — emitindo alertas sonoros e visuais — ou ativa, como já ocorre em carros europeus desde 2023.

Nessa versão mais “intrusiva”, o sistema limita a potência do motor ou aplica resistência ao pedal do acelerador quando o motorista tenta ultrapassar o limite da via.
E por mais que isso pareça excessivo para alguns entusiastas, mais de 60% dos motoristas americanos entrevistados em uma pesquisa recente disseram que aceitariam um sistema de alerta de velocidade.
Cerca da metade também aceitaria algum tipo de intervenção ativa.
No caso da detecção de embriaguez, o sistema deverá identificar se o motorista apresenta sinais de álcool no organismo ou se está comprometido por outros fatores, impedindo o funcionamento do veículo se o nível de álcool estiver em 0,08% ou mais — o limite legal nos EUA.
O IIHS ainda não detalhou como será a implementação dessa tecnologia, mas o objetivo é que esteja obrigatoriamente presente em veículos premiados com o Top Safety Pick+ até o fim da década.
As mudanças foram anunciadas em um evento promovido pela organização Mothers Against Drunk Driving (MADD), que tem papel histórico na luta contra motoristas embriagados.
E, segundo o próprio IIHS, a adoção em massa desses sistemas poderia salvar mais de 10 mil vidas por ano — um impacto difícil de ignorar.
Apesar do potencial de salvar vidas, essa nova fase levanta questões sobre privacidade, liberdade ao dirigir e aceitação por parte do público. Afinal, até que ponto estamos dispostos a permitir que o próprio carro diga quando e como devemos dirigir?
Resta saber se a indústria vai abraçar essas mudanças ou se resistirá até o último segundo.
Mas uma coisa é certa: o selo de segurança mais respeitado do mercado está prestes a ficar ainda mais exigente — e, para conquistá-lo, os carros do futuro vão precisar pensar não só na colisão, mas no comportamento de quem está ao volante.
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