
Coluna Fernando Calmon nº 1.380 — 2/12/2025
O Governo Federal já tinha acenado e agora confirmou que obter uma CNH (Carteira Nacional de Habilitação) sairá bem mais em conta a partir da publicação de nova regulamentação no Diário Oficial da União ainda esta semana.
Objetivo é simplificar o processo: fim das atuais 20 horas-aula práticas e 40 horas-aula teóricas em autoescolas.
Havia certo exagero nestas obrigações principalmente porque a habilidade nata de cada candidato ao dominar um veículo com segurança (sem as conhecidas “barbeiragens”) ou aprender as regras de trânsito (em especial as proibições) variam muito de indivíduo para indivíduo.
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Pode parecer brincadeira, porém não é. Na Coreia do Sul uma mulher tentou 960 vezes e gastou US$ 10.000 (R$ 53.000) até obter licença para dirigir, segundo a I.A. respondeu.
Há casos em outros países de mais de 300 tentativas, independentemente de gênero do candidato.
Aqui as aulas práticas passarão para apenas duas horas em autoescolas ou por instrutores independentes credenciados pelos Detrans.
O conteúdo teórico com os 341 artigos do Código de Trânsito Brasileiro estará disponível por meio digital e gratuito pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
O governo acredita que custos para os candidatos poderão cair em até 80% dos R$ 3.200 atuais em média. As provas práticas continuarão no modo atual: candidato pode optar por câmbio manual ou automático.
No segundo caso, fica fácil e menos custoso para quem enfrenta dificuldades com o pedal da embreagem.
Seriam 40 milhões de brasileiros que dirigem sem CNH, segundo o governo, mas existe aí evidente demagogia.
O cálculo deve ter sido feito a partir da frota registrada pela Senatran de cerca de 100 milhões de unidades (carros, caminhões e motos).
No entanto, veículos saem de circulação sem que o último proprietário providencie sua baixa. Estudos do Sindipeças e Anfavea apontam para cerca de 50% a frota real circulante.
Existem preocupações sobre acidentes aumentarem, principalmente entre recém-habilitados.
No exterior, Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Romênia, Canadá, Israel e Japão exigem que veículos tenham identificação externa provisória para novatos ou em processo de aprendizado.
A verdadeira boa notícia veio da isenção de IPVA para veículos a partir de 20 anos aprovada pela Câmara dos Deputados em votação definitiva, no último dia 2. Placar de 397 a favor e 3 contra.
Antes, enquanto Estados deixavam de conceder este benefício, outros ofereciam até prazos menores.
Nissan Kait tem bom visual e substitui Kicks Play como SUV de entrada

A nova fase da Nissan no Brasil ganhou reforço com o Kait, que se diferencia bem do antigo Kicks, embora ainda use sua base.
Desenho evoluído, interior modernizado, mais equipado e novos recursos de segurança ativa conferem ao SUV condições de disputar o concorrido segmento dos SUVs de entrada.
Meta é enfrentar, agora em condições melhores, Tera e Kardian, entre outros.
Frente foi o que mais mudou e para melhor. Há semelhanças com o X-Trail, pondo em destaque a parte central rebaixada do capô, grade, novos faróis, lanternas e para-choque.

As rodas diamantadas exclusivas das duas versões superiores também agradam. Traseira, embora menos modificada, recebeu novas lanternas de LED e a placa de licença desceu para o para-choque redesenhado.
Porta-malas de 432 L (padrão VDA) é um dos maiores do segmento.
Dimensões praticamente iguais: comprimento, 4.304 mm; entre-eixos, 2.620 mm; largura, 1.760 mm; altura, 1.611 mm.
Motor continua sem alterações: 1,6 L de aspiração natural, 113 cv (E)/110 cv (G); 15,2 kgf·m (E)/14,9 kgf·m (G).

Câmbio automático CVT, seis marchas e modo Sport. Massa em ordem de marcha (1.157 kg) também mantida, desempenho igual: aceleração 0 a 100 km/h, em 11,8 s.
Eixo traseiro ganhou novos amortecedores e molas. Apenas em janeiro, o Kait estará disponível para avaliação dinâmica.
Interior mudou um pouco menos. Há tela multimídia de 9 pol., conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay, carregador por indução (só a partir da versão Advance Plus, terceira das quatro agora disponíveis).
O Kait destaca-se em segurança passiva e ativa. Além de cintos traseiros com pré-tensionadores e limitadores de carga, há seis airbags, radar com alcance de detecção de 150 m, monitoramento de pontos cegos e vários outros.
No total 17 recursos que incluem detecção de pedestres e motos, mas não de bicicletas.
Preços: R$ 117.990 (mantido) a R$ 152.990 (novo topo de linha).
Salão do Automóvel já tem data para 2027

A volta do evento que marcou, desde 1960, a história da indústria automobilística brasileira, consolidou-se com o sucesso da 31ª edição encerrada no último dia 30.
O Salão do Automóvel entrou agora no calendário oficial da cidade e já tem os dias reservados para a próxima edição bienal no Distrito Anhembi: 30 de outubro a 7 de novembro de 2027.
Assim evitará o que aconteceu este ano: acesso prejudicado por interdições para preparativos da prova de Fórmula E.
Dez empresas já anteciparam a participação: Caoa Changan, Caoa Chery, GAC, Hyundai, Kia, Omoda & Jaecoo, Renault, Toyota, Suzuki Motos, além das sete marcas do grupo Stellantis.
Certamente haverá outras (pelo menos duas fabricantes não reveladas) acenaram para a edição de 2027, pois o Salão superou as expectativas. Foram 516.000 visitantes e mais de 10.000 testes apenas na área interna exclusiva de 14.000 m². Tudo sob climatização perfeita.
Este ano estandes estavam padronizados em 500 m² (no passado, até quatro vezes maiores) para fabricantes locais e importadores, sem permissão de mezaninos. Em dias cheios, visitantes se queixaram que estandes menores dificultavam ver os carros.
Na edição de 2018 havia 110.000 m² (incluindo área externa) no São Paulo Expo e 700.000 visitantes. Agora a área ocupada total foi de 66.000 m², o que, entretanto, não diminuiu a importância do evento.
Pela primeira vez estava autorizada a venda de veículos nos estandes. A Kia, por exemplo, comercializou 119 carros (outras marcas não divulgaram números).
Reclamações do público continuaram: estacionamento e alimentação por preços altos.
Mercado brasileiro de veículos leves hoje é disputado por nada menos do que 46 marcas, fora 10 no limbo, segundo a consultoria K.Lume. Várias têm presença simbólica, bom ressalvar.
Apenas 19 e oito de motocicletas estiveram no Salão deste ano. Portanto, há espaço para crescer desde que as vendas subam de patamar nos próximos anos e atraiam novos expositores.
BMW comemora 30 anos no mercado brasileiro
Poucos vão se recordar. Quando o presidente Fernando Collor abriu a importação de veículos em 1990, suspensas desde 1976 em razão do aumento dos preços do petróleo (na época a dependência externa era de 60%), o primeiro automóvel a desembarcar não foi o modelo russo Lada Laika.
A Regino Import trouxe direto da fábrica na Alemanha um sedã 520i, na cor preta.
A própria BMW só se instalou no Brasil em 1995 ainda como importadora. A divisão de motocicletas já no ano seguinte. Dez anos depois, passou a montar as motos em Manaus (AM) com os incentivos da Zona Franca.
Em 2014 inaugurou a fábrica de automóveis em Araquari (SC). Teve a “coragem”, na época, de importar o modelo elétrico, i3 e o híbrido plugável i8.
Onze anos depois saiu de Santa Catarina a unidade de número 45.000 do sedã Série 3. O primeiro motor turbo flex lançado no Brasil foi o do 320i Active Flex em 2013.
Em 2024, comemorou 100.000 veículos produzidos no País. Atualmente além do Série 3, outros três modelos saem de Araquari: os SUVs X1, X4 e X5 híbrido plugável.
O único centro de engenharia da marca bávara na América do Sul fica na mesma cidade.
No último fim de semana organizou, como parte da comemoração das três décadas no País, o BMW M Festival no autódromo de Interlagos, na capital paulista.
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www.fernandocalmon.com.br
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