
À primeira vista, Jong e Neelufar Rhee pareciam apenas mais um casal extravagante da cena automotiva de Las Vegas, donos de carros raríssimos como Bugatti Chiron e Pagani Huayra, além de uma lancha de 2.500 cv.
Mas por trás da ostentação havia um esquema fraudulento de mais de US$ 57 milhões — cerca de R$ 300 milhões — que levou a dupla para trás das grades no dia 22 de maio.
Segundo a Polícia Metropolitana de Las Vegas, o casal usava duas empresas locais, Twisted Twins Motorsports e Lusso Auto Spa, como fachada para atrair investidores com a promessa de comprar supercarros para clientes fictícios do exterior.
A promessa era de um retorno de até US$ 2 bilhões. Nada disso era verdade. Os tais compradores não existiam e o dinheiro dos investidores era usado para bancar o estilo de vida nababesco dos Rhees.
Entre os bens apreendidos, estavam carros de luxo como Bugattis, um Pagani Huayra e uma lancha personalizada de alto desempenho. Mas não era só com carros que o casal lucrava.
Segundo ex-funcionários, eles também inflavam valores de serviços simples — como envelopamentos e películas — e revendiam rodas falsificadas como se fossem originais, com margens de lucro absurdas.
Um ex-colaborador que trabalhou com diversas empresas dos Rhees contou, sob anonimato, que Jong era o típico vendedor de ilusões: espalhafatoso, sedutor e sempre à caça de pessoas impressionáveis.
Ele estacionava supercarros em pontos estratégicos da cidade para atrair curiosos e, eventualmente, novas vítimas. Muitos clientes eram jogadores da liga de hóquei local ou figuras conhecidas que se deixavam levar pelo charme e ostentação.
O esquema era tão bem montado que, mesmo quando os pagamentos começaram a atrasar, ainda parecia plausível que fosse apenas uma fase ruim. Só depois que os cheques começaram a desaparecer de vez é que a ficha caiu.
Segundo relatos, Jong prometia que “o dinheiro estava chegando”, mas nunca aparecia. Um ex-funcionário acumula hoje mais de R$ 50 mil em salários não pagos.
As histórias de abuso comercial são muitas: uma delas envolve a cobrança de US$ 25 mil para pintar uma maquete de iate em controle remoto, sendo que o serviço foi terceirizado por apenas US$ 3 mil e o profissional ainda teve que brigar para receber.
Ao longo dos anos, o casal também se envolveu em outros negócios em Nevada e Califórnia, como restaurantes e lojas de eletrônicos de alto padrão.
Todos com o mesmo padrão: promessas sedutoras, luxo de fachada e uma gestão baseada em enganar os menos atentos.
Agora, com 75 acusações criminais nas costas, o casal Rhee deverá responder por fraude, apropriação indébita e outros crimes financeiros.
O caso ainda está em investigação, mas para muitos em Las Vegas, a prisão do casal representa o fim de uma era de trambiques sobre rodas que durava décadas.
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