Stellantis ameaça tomar “decisões difíceis” se Itália permitir chinesas no país

carlos tavares
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Carlos Tavares, CEO da Stellantis, levantou o tom diante da possibilidade de um ou mais fabricantes chineses se instarem na Itália, país de origem de parte das marcas do grupo, como Fiat, Alfa Romeo e Lancia, por exemplo.

Tavares disse em um evento em Turim: “Se alguém quiser introduzir a concorrência chinesa, será responsável pelas decisões impopulares que possam ter de ser tomadas”. Naturalmente, “decisões impopulares” se traduzem em corte de empregos, turnos e, por último, fechamento de fábrica.

O CEO falou mais, como cita a Reuters: “Se estivermos sob pressão, a única coisa que podemos fazer é acelerar os nossos esforços para aumentar a produtividade para sermos competitivos”.

Isso poderia implicar em transferência de parte da produção para países com menor custo de mão de obra, como a Sérvia ou Polônia, por exemplo. Tavares até concedeu aos italianos a produção do Fiat Panda a gasolina até 2030.

No entanto, o chefão da Stellantis não poupou palavras para mostrar seu descontentamento com a ideia de que fabricantes chineses na Itália reduzam a participação do grupo no mercado local, o que certamente afetaria o desempenho do grupo em uma de suas casas.

Caso isso aconteça, Tavares foi mais claro que água limpa, sugerindo: “Então talvez não precisemos de tantas plantas como temos agora. Estamos prontos para a batalha, mas numa batalha há baixas.”

Pelas declarações, Carlos Tavares está pronto para cruzar o Rubicão e isso não seria nada bom para Roma, uma vez que o governo italiano busca ampliar a produção de carros no país e já falou com pelo menos duas montadoras chinesas.

Uma delas é a Chery, que já vende carros no país por meio da italiana DR Motor. A outra é a BYD, o que certamente causa enorme temor na Stellantis, visto que o mercado do país é cativo do grupo sediado na Holanda.

Todavia, Tavares pode ter que enfrentar um inimigo ainda mais duro, um verdadeiro Aníbal Barca dos automóveis, o polêmico Elon Musk, já que Roma foi até a Tesla com a mesma proposta.

Caso o governo italiano tenha êxito em atrair novos “foederatis” para tornar a Itália um produtor de carros mais robusto, a Stellantis terá muita dificuldade em manter seus louros na península secular e, como sugeriu Tavares, uma “legião” de trabalhadores pode perecer ao fim da batalha.

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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X