A gigante chinesa das baterias CATL, presente em praticamente todos os EVs modernos, está mirando agora em um novo alvo: o transporte pesado.
E, como de costume, não veio para brincar. Com o lançamento da bateria padronizada “75#”, a empresa apresenta sua solução definitiva para um dos maiores entraves na eletrificação de caminhões: a recarga lenta e os tempos de inatividade.
O projeto, chamado QIJI Energy, começou em 2023 com o objetivo de acelerar a adoção de tecnologia de troca de baterias em caminhões, tratores portuários e veículos de mineração.
Nesta semana, em um evento na província chinesa de Shanxi, a CATL apresentou o resultado: uma bateria universal que pode ser removida e substituída em poucos minutos, sem a necessidade de esperar por recarga — o sonho de qualquer operador logístico.
Segundo Yang Jun, CEO da subsidiária responsável, a CATL já trabalha com mais de 30 modelos de veículos pesados que aceitam o novo padrão. E isso é só o começo.
Até o fim de 2025, serão 300 estações de troca rápida espalhadas por 13 regiões centrais da China. Até 2030, a meta é cobrir 16 grandes aglomerações urbanas com essa rede, criando um ecossistema de mobilidade pesada elétrica sem tempo de espera.
E se não houver uma estação por perto?
Sem problemas. Os caminhões com bateria 75# também poderão ser recarregados normalmente em carregadores rápidos. A CATL não está substituindo o carregamento por plugue — está adicionando uma nova opção, mais eficiente, onde for necessário.
O presidente da CATL, Robin Zeng, acredita que o setor de caminhões elétricos viverá um crescimento explosivo nos próximos três anos e que metade dos novos caminhões vendidos globalmente poderá ser eletrificada nesse período.
Para ele, propriedade de bateria será um conceito ultrapassado, especialmente para empresas que trabalham com logística: nesse mundo, o que importa é uptime e economia — e trocar a bateria sai mais barato do que parar para recarregar.
Ainda não se sabe quando (ou se) a tecnologia chegará à América do Norte, mas Europa e Austrália já estão no radar da empresa.
Com o know-how da CATL e uma infraestrutura agressiva em desenvolvimento, é difícil imaginar que esse modelo não atraia operadores de frotas pesadas que buscam cortar custos e aumentar produtividade.
Enquanto o Ocidente ainda debate como criar postos de carregamento rápidos para caminhões, a China já parte para o modelo “desplugou, trocou e voltou pra estrada”.
Se a estratégia da CATL vingar, poderá marcar o fim da propriedade de baterias como conhecemos — e o início de uma nova era para o transporte pesado mundial.
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