Empresas chinesas de robô-táxis estão avançando mais rápido no cenário internacional do que concorrentes como Tesla, Waymo e Zoox, em um momento em que o setor começa a mostrar sinais de que está próximo da viabilidade comercial.
Segundo Robin Li, CEO da Baidu, o mercado atingiu um “ponto de virada” tanto na China quanto nos Estados Unidos, com mais pessoas experimentando corridas sem motorista e compartilhando feedback positivo nas redes sociais.
Outros líderes do setor, como o CEO da Nvidia, Jensen Huang, e o co-presidente da Xpeng, Brian Gu, também demonstraram otimismo, destacando avanços técnicos mais rápidos que o esperado.
A Xpeng, inclusive, planeja lançar seu próprio serviço de robô-táxi em Guangzhou no ano que vem.
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O mercado global desse segmento pode ultrapassar US$ 25 bilhões até 2030, segundo projeção do Goldman Sachs.
Para aproveitar essa oportunidade, empresas como Baidu, Pony.ai e WeRide estão apostando em parcerias com plataformas de mobilidade como a Uber, iniciando operações no Oriente Médio e, em breve, na Europa.
Essas alianças são vistas como fundamentais para atingir a rentabilidade mais rápido, aproveitando infraestrutura já existente para escalar as frotas.
No caso da Baidu, o serviço Apollo Go já se tornou lucrativo por veículo em Wuhan, cidade chinesa onde a empresa opera mais de mil unidades — mesmo com tarifas 30% menores que em Pequim.
Além de desenvolver o software de direção autônoma, a Baidu fabrica seus próprios veículos elétricos, cortando o custo de produção pela metade em relação a carros feitos por terceiros.
Segundo Halton Niu, responsável pela expansão internacional do Apollo Go, a lógica é simples: se é possível lucrar por carro em cidades médias da China, é possível replicar isso no mundo todo.
Ele destaca que escalar a operação — com centenas de veículos por cidade — é essencial para fechar a conta.
Enquanto isso, empresas americanas seguem mais lentas no ritmo de implantação global.
A Waymo, do Google, possui cerca de 2.500 veículos nos EUA e prepara expansão para Londres, após estrear testes no Japão.
A Tesla, embora tenha mostrado seu Cybercab em Xangai, só começou os testes reais em junho no Texas, e agora obteve permissão para operar no Arizona.
A Zoox, da Amazon, também cresce nos EUA, mas ainda não anunciou planos fora do país.
No Oriente Médio, a Apollo Go já opera cerca de 100 robô-táxis em Abu Dhabi e Dubai, com planos de dobrar a frota em breve.
A WeRide, por sua vez, recebeu autorização para cobrar tarifas por corridas totalmente autônomas em Abu Dhabi no final de outubro.
A empresa afirma que, sem operadores humanos dentro do carro, já consegue lucro por veículo.
A Pony.ai, por enquanto, está mais distante da lucratividade, mas pretende virar o jogo entre o final de 2025 e o início de 2026, quando lançará serviço comercial em Dubai.
Ela também planeja estreias na Europa e em Cingapura nos próximos meses.
Especialistas como Yuqian Ding, do HSBC, apontam que empresas com maior tamanho de frota — como Waymo, Baidu, WeRide e Pony.ai — largam na frente na corrida por rentabilidade.
A frota é, inclusive, um novo indicativo de vantagem competitiva: Pony.ai e WeRide já anunciaram planos de operar mil veículos no Oriente Médio até 2028 e 2026, respectivamente.
Segundo analistas, quanto mais dados e quilometragem os veículos autônomos acumulam, mais eficientes e seguros seus sistemas se tornam.
Mesmo assim, a adoção em larga escala ainda é limitada por regulamentações: na China, os robô-táxis só circulam em áreas específicas.
Um marco recente foi a aprovação da Pony.ai para operar livremente em toda Shenzhen, algo inédito no país.
Com o governo chinês apoiando ativamente a expansão, o número de robô-táxis pode saltar de milhares para dezenas de milhares até 2026.
Enquanto o Ocidente ainda faz testes, a China parece determinada a transformar o transporte autônomo em um negócio real — e altamente competitivo.
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