
O anúncio de que os Estados Unidos vão flexibilizar as regras federais de economia de combustível reacendeu um debate quente entre montadoras, ambientalistas e o governo.
A medida, defendida com entusiasmo pelo presidente Donald Trump, recebeu apoio público de executivos do setor automotivo, incluindo o CEO da Ford, Jim Farley.
Segundo Farley, as exigências anteriores estavam tão distantes da realidade do mercado que tornavam inviável a produção de carros acessíveis no país.
Ele argumenta que as normas antigas, mais rígidas, forçavam as montadoras a abandonar os modelos de entrada — justamente os mais procurados por consumidores de menor renda.
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Com a nova diretriz, a expectativa da Ford é oferecer versões mais baratas de seus modelos mais vendidos, além de lançar veículos com foco em custo-benefício.
Durante uma coletiva ao lado de Trump, Farley classificou a decisão como uma “vitória do bom senso e da acessibilidade”, destacando que isso permitirá ampliar os investimentos em carros produzidos nos Estados Unidos.
Trump, por sua vez, foi mais incisivo e politizou o tema, chamando as políticas ambientais anteriores de “farsa verde” e culpando essas regras pelos altos preços dos carros novos.
A fala do presidente mirou diretamente os EVs, dizendo que os consumidores foram “doutrinados” a pagar caro por veículos que “não funcionavam tão bem”.
Farley preferiu evitar o embate ideológico, focando nos custos.
Para ele, o sistema anterior tornava os modelos de entrada economicamente inviáveis, pressionando as marcas a apostarem em EVs e híbridos de maior margem apenas para atender metas regulatórias.
Em entrevista ao programa “Fox & Friends”, o CEO foi direto: “Fomos forçados a vender EVs e outros veículos para cumprir as regras, mesmo quando a demanda não existia”.
Ele deixou claro, no entanto, que isso não significa um retrocesso ambiental. “Não estamos voltando aos beberrões de gasolina”, disse.
“Temos muitos EVs e híbridos na Ford, mas agora os clientes têm a chance de escolher o que realmente querem, e não o que somos obrigados a empurrar para eles.”
Segundo ele, o antigo sistema estava “totalmente fora de sintonia com a realidade do mercado” e impunha barreiras ao desenvolvimento de carros populares.
As novas metas revogam aumentos agressivos impostos pelo governo Biden, que previa alta de 8% na exigência de economia de combustível para 2024 e 2025, e 10% em 2026.
Essas regras, segundo estimativas federais anteriores, acrescentariam cerca de R$ 5.000 ao preço médio de um carro novo.
Com a mudança, o governo Trump calcula uma economia total de R$ 545 bilhões aos consumidores ao longo dos próximos anos.
A Ford, segundo Farley, continuará investindo em tecnologias limpas, mas com mais equilíbrio entre sustentabilidade e acessibilidade.
O discurso segue a mesma linha adotada recentemente pela CEO da GM, Mary Barra, que também declarou apoio à redução das exigências, apesar de manter foco em motores mais eficientes.
Agora, o mercado aguarda para ver se, com menos amarras regulatórias, as montadoras realmente entregarão os carros mais baratos que tanto prometeram.
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