
Apesar da fama global da Apple e do fascínio que seus produtos exercem no público, a gigante da tecnologia não está tendo vida fácil com o CarPlay Ultra, sua nova plataforma automotiva.
Lançado oficialmente em maio deste ano, o sistema estreou em veículos da Aston Martin nos Estados Unidos e no Canadá com a promessa de “revolucionar” a experiência a bordo, oferecendo integração profunda entre o iPhone e os sistemas do carro.
Mas, ao que tudo indica, boa parte da indústria automotiva não está convencida.
Uma das críticas mais contundentes veio de ninguém menos que Jim Farley, CEO da Ford, que recentemente deu declarações sinceras — e pouco animadoras — sobre a plataforma durante uma entrevista ao podcast Decoder.
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Segundo Farley, a Ford até estuda a adoção do CarPlay Ultra, mas “não gosta da execução atual” da solução da Apple.

Apesar de dizer que mantém diálogo constante com Tim Cook, CEO da Apple, e que a montadora segue “comprometida com a marca”, o executivo deixou claro que ainda existem muitas dúvidas sobre quem deve controlar o quê dentro do carro.
“Mostrar conteúdo na tela é uma coisa. Mas quando a Apple quer se integrar ao ponto de comandar funções do carro, as coisas ficam complicadas”, sugeriu Farley.
Em outras palavras: a Ford não está disposta a ceder o controle do ambiente veicular para a Apple — pelo menos não da forma como o CarPlay Ultra foi proposto.
Além disso, o CEO destacou que a empresa deseja ser “neutra” quanto ao ecossistema digital, oferecendo experiências igualmente boas tanto para usuários de iPhones quanto de Androids.
A montadora também está observando atentamente o comportamento do consumidor chinês para ajudar a definir sua direção estratégica, já que a China é hoje um dos mercados mais importantes e desafiadores para o setor automotivo global.

Mais revelador ainda é o fato de que, para Farley, o futuro está na inteligência artificial embarcada.
O executivo acredita que todo carro deverá ter um assistente pessoal baseado em IA, que funcione como um companheiro real para o motorista.
“Não será só uma voz. Será algo específico, com quem você poderá conversar de verdade”, afirmou.
Na prática, isso coloca a Ford em uma direção bem diferente da proposta da Apple com o CarPlay Ultra.
Enquanto a Apple busca uma interface altamente integrada e estilizada ao estilo de cada montadora, a Ford parece mais interessada em desenvolver sistemas autônomos de relacionamento com o condutor — sistemas que a própria marca possa controlar diretamente, sem depender de terceiros.
Mesmo com todo o prestígio da Apple, é cada vez mais evidente que os fabricantes de automóveis não querem virar coadjuvantes dentro dos próprios carros. A briga agora não é apenas por hardware ou software, mas por quem dita as regras dentro da cabine.
E, ao menos por enquanto, a Ford deixa claro: o volante tecnológico segue em suas mãos — e a Apple vai ter que convencer muito mais se quiser assumir o comando.
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