
Durante o Aspen Ideas Festival, realizado na última sexta-feira, o CEO da Ford, Jim Farley, lançou um alerta contundente sobre o futuro da indústria automotiva dos Estados Unidos.
Para ele, se empresas como a Ford não conseguirem acompanhar o avanço da China na produção de EVs, o próprio futuro da montadora americana estará em risco.
Segundo Farley, o problema não se limita à eletrificação dos carros, mas envolve uma competição global onde a China já lidera com folga.
“Se perdermos isso, a Ford não tem futuro”, afirmou o executivo, deixando claro que fala com conhecimento de causa, após várias visitas ao país asiático nos últimos doze meses.
Farley disse ter ficado impressionado com a velocidade e qualidade com que os chineses produzem veículos elétricos. “Setenta por cento de todos os EVs do mundo são fabricados na China”, destacou.
O comentário veio pouco depois da Xiaomi anunciar 200 mil pedidos do seu novo SUV elétrico YU7, com preço inicial de US$ 35 mil.
Mas o que mais chamou a atenção do CEO da Ford não foi apenas a escala produtiva, e sim a tecnologia embarcada. Ele destacou que sistemas desenvolvidos por empresas como Huawei e Xiaomi permitem que a experiência digital no carro seja instantânea, sem necessidade de emparelhamento com o celular.
Para Farley, essa integração tecnológica e o custo-benefício dos EVs chineses representam uma ameaça real para os fabricantes ocidentais. Ele descreveu a visita às fábricas chinesas como “a coisa mais humilhante que já vi”, ao se referir ao avanço técnico e produtivo observado por lá.
Apesar de reconhecer a necessidade de agir rápido, a Ford vem ajustando sua estratégia de maneira diferente.
A montadora está focando mais em modelos híbridos, diante da demanda atual dos consumidores norte-americanos, que ainda hesitam em migrar totalmente para os elétricos.
Esse reposicionamento tem dado resultado no curto prazo. As ações da Ford valorizaram mais de 9% em 2025, segundo a Business Insider.
No entanto, a pergunta que persiste é: será suficiente para competir em um mercado global onde a China já dita o ritmo?
Farley não parece disposto a esperar pela resposta. Sua mensagem é clara: o tempo está passando, e o atraso na adaptação pode custar caro. A Ford, assim como outras montadoras ocidentais, precisa reagir com urgência para não perder espaço de forma irreversível.
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