CEO da Ford, Jim Farley, cancela os bônus em ações de metade dos 3.300 gerentes da empresa, em todo o mundo

jim farley

A Ford decidiu cortar os bônus em ações de aproximadamente metade de seus gerentes intermediários em uma nova tentativa de reduzir custos, liderada pelo CEO Jim Farley.

Segundo fontes próximas ao assunto, cerca de 1.650 dos 3.300 gerentes intermediários da montadora em todo o mundo não receberão suas premiações anuais em ações, normalmente pagas em março.

A decisão veio acompanhada de uma orientação para que os gerentes seniores escolham quais funcionários manterão o benefício, gerando descontentamento interno.

A empresa justificou a medida afirmando que busca incentivar um ambiente de alto desempenho, onde apenas aqueles que demonstram contribuições significativas para os negócios sejam recompensados.

A Ford tem enfrentado dificuldades operacionais tanto em sua divisão de veículos elétricos, que consome altos investimentos sem retornos expressivos, quanto em seu segmento de veículos a combustão.

Jim Farley, há anos, promete tornar a empresa mais enxuta e eficiente para competir melhor com montadoras chinesas, a Tesla e seus concorrentes diretos nos EUA.

Mesmo assim, a performance da Ford na bolsa de valores tem decepcionado. Nos últimos 12 meses, as ações da empresa caíram cerca de 23%, enquanto as da General Motors subiram aproximadamente o mesmo percentual, impulsionadas pela redução de custos e aumento de lucros.

Além dos desafios internos, a Ford também enfrenta incertezas em relação às políticas comerciais do governo dos EUA.

Novas tarifas sobre importações do México, previstas para março, podem impactar fortemente modelos como o Mustang Mach-E, o Bronco Sport e a picape Maverick, que são fabricados no país vizinho.

O anúncio da Ford causou insatisfação entre muitos funcionários, que interpretaram a mudança como um método indireto para reduzir o quadro de gerentes intermediários sem precisar de cortes diretos.

Alguns já estão buscando oportunidades de trabalho em outras empresas, segundo relatos internos.

Especialistas acreditam que essa pode ser uma estratégia deliberada para estimular demissões voluntárias.

Dado o desempenho inferior da Ford em comparação com a GM, Farley provavelmente não quer manter a distribuição de ações para todos os gerentes como algo normal”, comentou David Whiston, analista da Morningstar.

A decisão de cortar os bônus vai de encontro a declarações recentes de Farley sobre a importância de reter os melhores talentos para impulsionar a competitividade da Ford.

Os bônus em ações fazem parte de um pacote de compensação mais amplo, que também inclui premiações em dinheiro para funcionários de cargos gerenciais.

Além dos cortes nos bônus individuais, a Ford já havia anunciado, em outubro de 2024, que reduziria os pagamentos baseados em desempenho, devido aos resultados insatisfatórios da empresa.

Em 2024, apenas 69% do valor máximo previsto foi pago, levando em conta critérios como qualidade dos veículos, lucros totais e vendas de EVs.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.