
Mesmo os clientes mais ricos do mundo estão hesitando em comprar supercarros da Lamborghini diante da atual incerteza sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Foi o que revelou Stephan Winkelmann, CEO da marca italiana, em entrevista à CNBC.
Embora a Casa Branca tenha anunciado recentemente um acordo para estabelecer uma tarifa de 15% sobre carros europeus, essa mudança ainda não entrou em vigor.
Por enquanto, modelos da Lamborghini exportados para os EUA enfrentam tarifas de 27,5%, o que representa um impacto significativo para veículos que partem de US$ 400 mil.
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“Alguns clientes estão esperando porque querem ter certeza de que esse será o valor final da tarifa”, disse Winkelmann. “Outros estão mais tranquilos, ou então negociamos caso a caso.”

Apesar do cenário, a empresa segue bem posicionada no curto prazo, já que os modelos sendo entregues hoje foram encomendados há um ou dois anos. Para este ano, a Lamborghini já anunciou aumentos de preços de 7% para os modelos Temerario e Urus, e de 10% para o superesportivo híbrido Revuelto.
A montadora, que faz parte do grupo Audi (Volkswagen), bateu recorde de receita em 2024, com mais de €3 bilhões e 10.867 carros entregues.
Além dos modelos híbridos lançados desde 2023, como o Temerario (V8), Revuelto (V12) e Urus SE (SUV híbrido), há também um novo grand tourer elétrico previsto para 2028.
No entanto, com a desaceleração na demanda global por EVs, a empresa já admite que pode transformá-lo em um híbrido.

“Não precisamos ser os primeiros a lançar determinada tecnologia. Precisamos estar presentes quando ela for aceita e com a melhor tecnologia disponível”, justificou Winkelmann.
Durante o Monterey Car Week, a marca apresentou o Fenomeno, seu modelo mais potente até hoje: um supercarro limitado a 29 unidades, com 1.080 cv e aceleração de 0 a 100 km/h em 2,4 segundos.
Parte da estratégia de “few-offs”, ele mira o topo da base de clientes.
A Lamborghini também observa um público cada vez mais jovem e diverso. A idade média dos compradores está abaixo de 45 anos globalmente e abaixo de 30 anos na Ásia.

Além disso, há crescimento no número de mulheres clientes, impulsionado principalmente pelo sucesso do Urus.
“Nossa marca sempre teve um apelo forte entre homens, mas estamos vendo mulheres ganharem mais confiança na marca, especialmente com o Urus”, disse o CEO.
“Estamos organizando eventos voltados a elas, como o ‘She Drives a Lambo’.”
Apesar do crescimento da riqueza global, a Lamborghini mantém sua produção limitada para preservar a exclusividade.
“Nunca vamos saturar um único mercado. Nossa visão sempre será global”, concluiu Winkelmann.
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