
Houve um tempo em que os Estados Unidos eram sinônimo de inovação tecnológica. Hoje, essa liderança mudou de endereço.
Para quem ainda duvida, basta olhar para o mercado de veículos elétricos: enquanto políticos conservadores nos EUA tentam sufocar o avanço dos EVs, a China acelera sem freios.
A montadora chinesa BYD, por exemplo, já demonstra carregamento ultrarrápido com potência de 1 megawatt, capaz de abastecer um EV em cinco minutos — algo ainda distante da realidade norte-americana.
Mas, para além dos preços mais acessíveis, o verdadeiro diferencial da China está na qualidade e tecnologia de seus veículos.
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Pelo menos é o que afirma o CEO da Rivian, RJ Scaringe, em entrevista recente ao podcast Plugged-In, especializado no setor automotivo.

“O que me preocupa nem é o custo. É o fato de que os carros são realmente melhores”, declarou, ao comentar o avanço das montadoras chinesas.
Scaringe critica o foco excessivo da indústria americana em cortar custos e buscar preços competitivos a qualquer preço.
“Se eu fosse um fabricante tradicional, pararia de me preocupar tanto com o custo e começaria a me preocupar com o fato de que os carros chineses estão mais avançados tecnologicamente”, disparou.
Segundo ele, o debate não é mais sobre onde ou como esses veículos são produzidos, mas sobre o que eles entregam de fato ao consumidor.
“Independentemente se chegaram lá por investimento estatal, custo de mão de obra ou uso de propriedade intelectual ocidental, a realidade é que o produto final é superior”, afirmou.

Para quem ainda acredita que o preço é o trunfo chinês, Scaringe oferece uma outra visão: esse diferencial vai desaparecer. Isso porque ele acredita que os EUA não permitirão que montadoras como a BYD vendam carros pela metade do preço de modelos locais sem alguma forma de contenção.
“Ou vamos impor tarifas que igualem os preços, ou vamos permitir que eles fabriquem seus carros aqui nos Estados Unidos. De qualquer forma, o custo vai se equilibrar”, explicou.
O executivo afirma que o “milagre chinês” na verdade é uma soma de fatores: incentivos do governo, crédito barato, mão de obra acessível e infraestrutura otimizada.
Tudo isso cria um cenário em que é mais barato produzir — mas não necessariamente mais fácil ou mais eficiente. Fora da China, esse cenário muda, e o custo de produção se equipara ao do Ocidente.
Mesmo assim, Scaringe alerta que quando as montadoras chinesas começarem a produzir diretamente nos EUA, a vantagem mudará de preço para tecnologia.

“Eles não vão mais ganhar no custo. Vão ganhar pela inovação, pela qualidade, pela experiência do produto”, conclui.
A preocupação não é isolada. O CEO da Ford, Jim Farley, também fez declarações recentes destacando o avanço da indústria chinesa.
Após testar o Xiaomi SU7, um sedã elétrico da gigante chinesa de tecnologia, Farley se disse impressionado com o nível de sofisticação e engenharia do veículo. Isso motivou, inclusive, a criação de uma nova plataforma de produção de EVs na Ford, com a promessa de um picape elétrico de US$ 30 mil.
Enquanto os EUA discutem tarifas e recuam no incentivo aos elétricos, a China segue à frente, consolidando sua liderança global com veículos mais acessíveis, mais bem construídos e tecnologicamente mais avançados.
E, se depender da visão dos próprios CEOs americanos, essa vantagem só tende a crescer.
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