CEO da Rivian diz que mercado atual de carros elétricos baratos só tem porcarias, e que ele irá tentar mudar isso

ceo rivian fox (3)
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Enquanto o mercado de carros elétricos passa por uma nova fase, com vendas oscilando e fabricantes tentando se adaptar à demanda real, uma coisa ainda se mantém firme: a liderança da Tesla.

Mas, segundo RJ Scaringe, CEO da Rivian , esse domínio tem menos a ver com fidelidade à marca e mais com a falta de opções realmente atraentes para quem procura um EV por menos de US$ 50 mil.

E, se depender dele, isso está prestes a mudar.

Em entrevista à Fox Business , Scaringe comentou que os modelos R2 e R3 da Rivian, programados para chegar nos próximos anos, vão justamente atacar esse nicho — o de consumidores que querem um carro elétrico bom, mas acessível.

O executivo reforçou que hoje há pouquíssimos EVs abaixo de US$ 50 mil que realmente chamem atenção, o que abre caminho para marcas como a sua conquistarem novos clientes.

ceo rivian fox (2)
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“Se você olhar hoje para o mercado de EVs nessa faixa de preço, praticamente não existem opções verdadeiramente atraentes”, disse. “É por isso que a Tesla mantém mais de 50% de participação de mercado. Isso não acontece só pela força da marca, mas pela escassez de boas alternativas.”

A Rivian, assim como a Tesla no início, começou no topo: lançou caminhonetes e SUVs de luxo com preços elevados e alto desempenho.

Agora, a meta é popularizar os elétricos, tornando-os mais viáveis para o público geral. Para isso, Scaringe acredita que não basta ter preços mais baixos — é necessário oferecer variedade em estilo, tamanho, funcionalidades e design.

“Quanto mais opções diferentes no mercado, mais consumidores vão se identificar com os EVs e abandonar o motor a combustão.”

ceo rivian fox (1)
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Além do fator preço, o CEO também abordou outro desafio da indústria: as tarifas de importação impostas durante o governo Trump, que continuam impactando a cadeia global de produção.

Apesar de a Rivian produzir seus veículos nos EUA — incluindo baterias, motores e software —, ela ainda depende de uma complexa rede de fornecedores ao redor do mundo.

“Mesmo produzindo nos Estados Unidos, muitas partes vêm de fora, e essas peças têm suas próprias cadeias de fornecimento, com fornecedores de segundo e terceiro nível”, explicou. “As tarifas dificultam mudanças rápidas nesse sistema.”

Scaringe também apontou para outro gargalo: os metais de terras raras, essenciais para motores e baterias, cuja maior parte do refino global ainda é concentrada na China.

“É um desafio real. Mesmo com a mineração sendo global, o refino ainda é muito dependente da China, e isso afeta toda a cadeia de produção dos elétricos.”

A Rivian ainda enfrenta os desafios típicos de uma startup no setor automotivo, mas os próximos capítulos prometem agitar o mercado.

Se os modelos mais baratos realmente entregarem uma experiência de alto nível por menos de US$ 50 mil, a promessa de Scaringe de “fazer EVs acessíveis que não sejam ruins” pode finalmente se concretizar — e isso pode ser exatamente o empurrão que o mercado precisa para crescer de 8% para 15%, 20% ou até mais na participação de vendas.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.