
A Lamborghini sabe que um de seus maiores patrimônios não está apenas no visual agressivo ou na performance brutal, mas também no som visceral de seus motores.
Por isso, quando se fala no desenvolvimento do Lanzador, seu primeiro modelo 100% elétrico, uma preocupação central é: como criar uma experiência sonora à altura de um superesportivo italiano, sem o rugido de um V10 ou V12?
O CEO da marca, Stephan Winkelmann, admitiu em entrevista à imprensa australiana que essa ainda é uma questão em aberto dentro da empresa.
Segundo ele, o time da Lamborghini tem testado e analisado sons de outros modelos elétricos, incluindo o Hyundai Ioniq 5 N — modelo que vem chamando atenção por oferecer uma das experiências auditivas mais convincentes entre os EVs, com sons artificiais de motor, estouros de escapamento e até simulações de troca de marchas.

Apesar disso, Winkelmann foi direto ao dizer que não se convenceu pela proposta de sons falsos de motor a combustão.
Ele declarou: “Pessoalmente — e isso não quer dizer que será a decisão final —, eu tendo a discordar da ideia de sons de motor a combustão em carros elétricos.”
Para ele, mais importante que o som é manter o espírito de dirigir um Lamborghini. “Como o carro responde, como entra e sai das curvas, como freia, como entrega o comportamento dinâmico, isso é o que mais importa”, explicou.
O executivo confirmou que o som definitivo ainda está em fase de desenvolvimento, e que a Lamborghini tem de quatro a cinco anos para chegar a uma solução.

Isso porque o lançamento do Lanzador foi recentemente adiado para 2029, talvez até 2030, dando à marca mais tempo para acertar todos os detalhes técnicos e sensoriais.
Ainda assim, Winkelmann adiantou que haverá uma opção de condução totalmente silenciosa, aproveitando justamente uma das características mais naturais dos elétricos.
Mas ele também deixou claro que o Lanzador não será apenas mais um EV qualquer: será o carro mais potente já feito pela Lamborghini, com pelo menos 1 megawatt de potência — o equivalente a 1.341 cavalos.
Com esse desempenho, a marca pretende compensar o aumento de peso causado pelas baterias, já que o modelo será mais voltado ao estilo grand tourer, com foco em conforto e performance em longas distâncias.

A preocupação com o som não é apenas uma questão técnica, mas uma peça-chave na identidade da marca. Criar um Lamborghini elétrico que soe — ou silencie — de forma correta pode ser o grande diferencial entre conquistar novos fãs ou decepcionar os puristas.
Até lá, o rugido digital do Lanzador continua sendo um mistério cuidadosamente guardado em Sant’Agata Bolognese.
[Fonte: Drive]

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