
Os entusiastas de câmbios manuais ainda encontram refúgio na linha 2025 do Porsche 911 — mas com opções cada vez mais restritas. Atualmente, quem quiser uma transmissão tradicional de três pedais só pode escolher entre o Carrera T ou o extremo GT3.
O primeiro parte de cerca de US$ 134 mil, oferecendo um pacote mais voltado à performance em relação ao Carrera básico.
Já o GT3, ícone absoluto dos puristas, exige bem mais: US$ 222.500 antes de qualquer adicional ou ágio aplicado por concessionárias.
No entanto, há boas notícias no horizonte para quem sonha com um Porsche manual que fique entre esses dois extremos. Segundo Clenn Giebenhain, gerente de projeto do 911, a marca está reavaliando a possibilidade de ampliar a oferta de manuais, especialmente diante da demanda crescente no mercado.

Durante o evento internacional de test drive do novo Carrera S, ele admitiu que a procura superou expectativas e que o assunto está em pauta dentro da empresa.
Historicamente, a Porsche oferecia o câmbio manual de sete marchas em toda a linha Carrera, inclusive nos modelos mais potentes como o GTS. Mas isso mudou com o tempo, principalmente por motivos de simplificação de produção e contenção de custos.
Hoje, o câmbio PDK de oito marchas domina a gama, exceto nas duas exceções citadas.
“O mercado americano tem, curiosamente, a maior demanda por câmbios manuais. Não esperávamos isso, mas gostamos muito de ver esse movimento”, afirmou Giebenhain. “Nos últimos três ou quatro anos, não vimos uma tendência positiva nos EUA, mas isso parece estar mudando — e de forma surpreendente.”
O retorno de uma opção manual ao Carrera S parece o caminho mais lógico. O modelo atual entrega 473 cv de seu motor seis cilindros boxer biturbo, significativamente mais do que os 388 cv do Carrera T.
Seria a combinação perfeita entre potência e envolvimento ao dirigir, especialmente com o novo câmbio manual de seis marchas introduzido recentemente, substituindo a antiga caixa de sete marchas, que nunca foi particularmente apreciada.
Ainda assim, nem todas as versões têm chance de ganhar a terceira pedaleira. A futura geração do GTS, com sistema híbrido e foco absoluto na eficiência e performance eletronicamente gerenciada, continuará exclusiva com o câmbio PDK.
O mesmo deve acontecer com os próximos Turbo e Turbo S, que devem ultrapassar os 700 cv — um patamar que simplesmente não combina mais com um câmbio manual tradicional, seja por questões de desempenho, seja por segurança mecânica.
Em resumo, o Carrera S se torna o candidato ideal para manter viva a herança purista da Porsche. A marca está de olho no comportamento dos consumidores — e, como Giebenhain deixou claro, a melhor forma de influenciar decisões futuras é “votar com a carteira”.
Ou seja, se os entusiastas realmente desejam mais opções manuais na linha 911, chegou a hora de mostrar isso nas concessionárias. E talvez, com um pouco de sorte (e pressão), o mito analógico da Porsche continue firme por mais alguns anos.
[Fonte: CarBuzz]

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