
Depois do presidente da Ford surpreender o mercado ao revelar que dirige um Xiaomi SU7, foi a vez da Rivian analisar de perto o polêmico sedã elétrico chinês.
RJ Scaringe, CEO da montadora americana, contou que sua equipe desmontou um SU7 e ficou bastante impressionada com o que viu.
Segundo ele, o modelo é muito bem projetado, com integração tecnológica vertical em alto nível e acabamento digno de segmentos superiores.
Scaringe chegou a afirmar que, se vivesse na China, o SU7 estaria entre suas opções pessoais de compra.
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O que mais chama atenção no modelo da Xiaomi é o preço: cerca de R$ 150 mil em conversão direta, valor que deixa para trás a maioria dos concorrentes elétricos do mundo.
Mesmo após desmontar o carro peça por peça, a Rivian não conseguiu identificar nenhum truque de engenharia que justificasse o baixo custo.
Para Scaringe, o segredo é outro — e está longe da linha de montagem: o forte apoio financeiro do governo chinês.
Segundo ele, empresas como a Xiaomi operam em um ambiente econômico completamente diferente daquele enfrentado por montadoras nos Estados Unidos.

Na China, o custo de capital chega a ser zero ou até negativo, o que significa que as empresas são praticamente pagas para construir fábricas e expandir operações.
Scaringe comparou com a situação nos EUA, onde até mesmo empréstimos bilionários, como os R$ 33 bilhões que a Rivian recebeu para erguer sua nova fábrica na Geórgia, não chegam perto do tipo de subsídio oferecido pelo governo chinês.
Outro fator crucial é o custo da mão de obra, significativamente mais baixo na China, o que afeta diretamente o preço final do veículo.
A combinação de financiamento praticamente gratuito e salários menores permite que empresas chinesas como a Xiaomi ofereçam veículos altamente tecnológicos a preços imbatíveis.
O CEO da Rivian fez questão de deixar claro que não há mágica por trás da estratégia chinesa.

Usando uma metáfora famosa, disse que a ideia de que existe um “mágico de Oz” por trás do SU7 é ilusória.
Segundo ele, tudo pode ser analisado, calculado e explicado com planilhas e matemática financeira.
Apesar da admiração pelo SU7, Scaringe destacou que replicar esse modelo de negócios nos EUA é praticamente impossível com as regras atuais.
Ele reconheceu que a diferença de contexto econômico entre os dois países torna a competição injusta.

Enquanto o SU7 continua a ganhar espaço dentro e fora da China, a observação da Rivian revela o tamanho do desafio para as montadoras ocidentais.
A vantagem da China no setor de EVs não está apenas na tecnologia, mas na estrutura que sustenta suas empresas desde o início.
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