
Em meio à avalanche de carros elétricos e conceitos futuristas exibidos no Japan Mobility Show, a Toyota mandou um recado claro ao mundo: a empresa não está pronta para abrir mão dos motores a combustão.
Embora muita gente olhe para o novo conceito do Corolla e enxergue um EV, a montadora garante que aquele desenho ousado pode, sim, acomodar um pequeno motor a gasolina sob o capô encurtado.
Mais do que uma escolha técnica, a decisão reflete uma filosofia: a Toyota quer ser a última montadora do planeta ainda produzindo motores a combustão.
Quem deixou isso bem claro foi Hiroki Nakajima, diretor de tecnologia da marca, que afirmou em Tóquio que gostaria de ver a Toyota como “a última empresa” a continuar desenvolvendo esse tipo de propulsão.
Veja também

A ideia não é negar a necessidade de reduzir as emissões, mas encontrar formas alternativas para isso — sem depender exclusivamente dos EVs.
A visão, aliás, vem sendo defendida há anos pelo ex-CEO Akio Toyoda, hoje presidente do conselho, que sempre defendeu a diversidade tecnológica como caminho mais realista para a descarbonização.
No evento, Nakajima ressaltou que a marca está de olho nos desejos dos consumidores, mas também demonstrou entusiasmo pessoal pela preservação dos motores, especialmente em contextos como o automobilismo.
Um dos argumentos para manter os propulsores vivos é o uso de combustíveis sintéticos neutros em carbono, que poderiam permitir uma sobrevida para os carros de alto desempenho.

Takashi Uehara, responsável pela divisão de powertrains da Toyota, comparou os EVs a “fogos de artifício no modo mudo”: impressionam, mas não emocionam.
Segundo ele, a experiência sensorial — o som, a vibração e a resposta — ainda faz parte do que torna a condução prazerosa para muita gente.
Uehara também destacou aspectos práticos, como a facilidade de reciclagem do alumínio usado nos motores a combustão e a alta densidade energética dos combustíveis líquidos.
Como exemplo dessa estratégia, a Toyota revelou um novo motor 1.5 híbrido com quatro cilindros, que promete 134 cv e consumo até 20% mais eficiente que o atual 1.5 da marca.

Esse novo conjunto ocupa 10% menos espaço e é 10% mais baixo, favorecendo projetos como o próprio Corolla conceito mostrado em Tóquio.
A Toyota acredita que há um público significativo que ainda não se vê dirigindo um elétrico — seja por questões práticas, emocionais ou culturais.
E, para esse público, a marca quer continuar oferecendo alternativas que unam eficiência e prazer ao volante.
O tempo dirá se a Toyota será mesmo a última montadora a fabricar motores a combustão, mas uma coisa é certa: ela não vai desistir deles tão cedo.

📨 Receba um email com as principais Notícias Automotivas do diaReceber emails
📲 Receba as notícias do Notícias Automotivas em tempo real!Entre agora em nossos canais e não perca nenhuma novidade:
Canal do WhatsAppCanal do Telegram
Siga nosso site no Google Notícias










