
No universo dos colecionadores de carros japoneses, alguns modelos se destacam pela exclusividade quase lendária — é o caso do Nissan 270R Nismo.
Baseado no S14 Silvia, apenas 30 unidades foram produzidas, todas destinadas ao mercado japonês. Nenhuma foi oficialmente vendida nos Estados Unidos, o que torna qualquer exemplar em solo americano uma verdadeira joia sobre rodas.
E é justamente um desses tesouros que virou notícia em Nova Jersey, nos Estados Unidos, após um episódio inusitado envolvendo pedras, um carro raro e uma briga de vizinhos.
O proprietário do veículo, Mark Bahna, vive em Piscataway, e a raridade japonesa que estacionava em sua garagem agora é motivo de uma ação judicial de meio milhão de dólares.

A confusão começou em maio de 2024, quando o chefe dos bombeiros locais, Josh Scolnick, irritado com o escoamento de água da chuva entre o quartel e a propriedade de Bahna, resolveu “resolver” o problema por conta própria.
O método? Jogar vários baldes cheios de pedras sobre o Nissan 270R estacionado. O resultado foi catastrófico para o esportivo, e a atitude do bombeiro acabou em condenação por conduta desordeira, além de uma multa de quase 8 mil dólares em restituição.
O problema é que, segundo Bahna, o carro estava prestes a ser vendido por 500 mil dólares.

A negociação teria sido cancelada após os danos causados ao veículo, e ele agora alega que será necessário um processo completo de restauração para que o carro volte a ter o mesmo valor de mercado.
Por isso, decidiu processar Scolnick exigindo uma indenização equivalente ao que teria recebido na venda.
Mas será que o carro realmente vale tudo isso? A resposta é complexa. Embora o Nissan 270R seja de fato uma raridade absoluta, poucos registros apontam valores tão altos em negociações anteriores.
O exemplar mais recente vendido publicamente estava com mais de 130 mil quilômetros rodados e trazia modificações, e foi arrematado em julho de 2024 por cerca de 107 mil dólares em Hong Kong.

Outro caso antigo, na Austrália, fechou por 52 mil dólares. Mesmo considerando a dificuldade de importação e registro nos EUA, ainda é difícil justificar um valor cinco vezes maior.
Apesar disso, o fato de o carro estar em território americano, sem modificações aparentes e com potencial de valorização, pode ajudar na argumentação do proprietário. Resta saber se a justiça verá o caso da mesma forma.
Por enquanto, o Nissan 270R Nismo de Bahna continua parado, com o futuro indefinido, enquanto sua história ganha mais um capítulo improvável nos bastidores do mercado de carros japoneses clássicos.

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