
O Senado dos Estados Unidos prepara uma audiência que promete esquentar o debate sobre o futuro da indústria automotiva no país.
Em meio à disparada dos preços de veículos, um grupo de senadores quer entender até que ponto as regulamentações ambientais estão tornando os carros mais caros e inacessíveis para o consumidor comum.
A audiência está marcada para 14 de janeiro e vai convocar os CEOs das três maiores montadoras de Detroit — Ford, General Motors e Stellantis — além de um executivo sênior da Tesla.
O objetivo declarado da sessão é investigar o impacto das normas sobre emissões de poluentes e exigências para veículos elétricos (EVs) nos preços praticados atualmente no mercado norte-americano.
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O senador republicano Ted Cruz, presidente do Comitê de Comércio do Senado, foi direto: segundo ele, a interferência do governo estaria “tornando os veículos caros e fora do alcance dos consumidores”.
Para Cruz, o fim dos padrões obrigatórios para EVs e das metas de consumo (CAFE) foi apenas o começo, e novas medidas precisam ser adotadas para restaurar a “competição e a escolha” no setor automotivo.
Até o momento, nenhum dos executivos convidados confirmou presença, o que sugere cautela por parte das montadoras diante do cenário político instável nos EUA.
Evitar a audiência pode ser interpretado como descaso, mas comparecer pode significar exposição a um confronto público que trará poucos benefícios às empresas.
A questão dos preços ganhou ainda mais destaque após o governo Trump revogar créditos fiscais para EVs e impor tarifas sobre veículos e peças importadas — incluindo alumínio e aço, essenciais para a fabricação.
A medida encareceu ainda mais os carros, mesmo os produzidos por marcas americanas.
Cruz argumenta que o preço médio de um veículo nos EUA dobrou nos últimos 10 anos, pressionando os consumidores e afastando famílias da compra de carros novos.
Embora seja verdade que os preços subiram, o mesmo ocorreu com diversos bens de consumo, como alimentos e imóveis, sem que isso tenha sido causado exclusivamente por regulamentações ambientais.
O que também não ajuda é o fim de incentivos para carros elétricos, o que derrubou as vendas de EVs nos EUA — mesmo após bilhões investidos pelas montadoras no desenvolvimento desses veículos.
A Tesla, curiosamente, não terá Elon Musk representando a marca na audiência.
O executivo tem alternado entre apoiar e criticar o governo americano, e sua ausência levanta especulações sobre o tom da sessão.
Para as montadoras, o cenário é de risco duplo: podem ser acusadas de elitizar os veículos com preços elevados ou de ceder demais às pressões por metas ambientais.
Enquanto isso, estados como Califórnia seguem desafiando o governo federal, com ações judiciais para manter suas próprias regras mais rígidas contra a venda de carros a combustão.
A audiência promete ser mais um capítulo tenso na disputa entre política, mercado e meio ambiente no setor automotivo dos Estados Unidos.
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