Por alguns meses, o Chevrolet Blazer EV ostentava um feito raro — e talvez único — na indústria automotiva: era o único veículo do mundo oferecido com tração dianteira, traseira e integral simultaneamente dentro da mesma carroceria.
Um verdadeiro paraíso para quem gosta de escolhas e configuração sob medida. Mas como tudo que é bom dura pouco, a Chevrolet decidiu acabar com a festa.
A partir de 2026, o Blazer EV perderá a versão com tração traseira (RWD), deixando a gama consideravelmente mais… comum.
A mudança foi confirmada pela própria marca após uma reportagem da revista Car and Driver.
Segundo o comunicado oficial, a decisão de eliminar o RWD foi tomada “para simplificar a linha de produtos e manter as opções mais populares entre os consumidores”.
Traduzindo: a versão traseira não vendeu tanto quanto a marca esperava, e cortá-la facilita a produção — mesmo que isso represente perder a versão mais equilibrada da linha.
Disponível exclusivamente na configuração RS, o Blazer EV com tração traseira contava com um único motor posicionado no eixo traseiro, entregando 365 cv e 44,8 kgfm de torque.
Isso era mais que os 300 cv da versão com tração integral padrão. Para completar, ainda oferecia maior autonomia: 537 km contra os 502 km do modelo com tração dianteira, que, ironicamente, era o menos potente de todos, com 220 cv e 33,5 kgfm.
Esse alcance extra não era por milagre, e sim pelo fato de o RWD compartilhar a bateria de 102 kWh da versão SS, contra os 85 kWh das versões FWD e AWD convencionais.
A bateria maior também aceitava carregamento mais rápido, suportando até 190 kW em vez dos 150 kW dos demais modelos.
Com a aposentadoria da versão RWD, o lineup do Blazer EV para 2026 fica assim: o modelo LT será oferecido com tração dianteira ou integral; o RS, agora apenas com tração dianteira ou integral; e o SS continua exclusivamente AWD.
A versão RWD desaparece do mapa — e, provavelmente, entra para as listas de curiosidades automotivas no futuro.
É um movimento curioso vindo de uma marca que, por um breve período, parecia disposta a explorar o máximo da flexibilidade mecânica em um elétrico.
E para quem acha que outras montadoras já fizeram algo parecido, vale o esclarecimento: modelos como Volvo XC40, C40 e o Polestar 2 também tiveram versões com as três formas de tração, mas nunca todas ao mesmo tempo, como o Blazer EV 2025 teve.
No fim, o Blazer EV fica menos versátil e perde uma de suas configurações mais interessantes, tanto em desempenho quanto em eficiência.
E para os consumidores que buscam algo além da tração dianteira padrão em um crossover elétrico, restará olhar para o mercado de usados — ou torcer para a Chevrolet mudar de ideia no futuro.
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