A General Motors finalmente cedeu à realidade que muitos já enxergavam há tempos: suas picapes elétricas não estão vendendo como o esperado.
A marca americana confirmou que não seguirá adiante com os planos de transformar a fábrica Orion Assembly em uma unidade dedicada exclusivamente à produção de caminhonetes EV.
O motivo é a baixa procura por modelos como a Chevrolet Silverado EV e a GMC Sierra EV.
Para se ter uma ideia da dimensão do problema, a GM conseguiu vender apenas 2.383 unidades da Silverado elétrica e outras 1.249 da Sierra EV no primeiro trimestre de 2025.
Para os EUA, são números baixíssimos. Números que ficaram muito aquém do necessário para sustentar uma linha de produção dedicada.
Originalmente, a planta de Orion seria convertida para a produção de caminhonetes elétricas ainda em 2024. Depois, o cronograma foi adiado para o final de 2025, com a justificativa de “alinhar os investimentos à demanda pelos EVs”.
Agora, porém, a decisão é definitiva: a unidade vai voltar a fabricar SUVs e picapes movidos a gasolina a partir de 2027.
Com isso, modelos como Chevrolet Tahoe, Suburban, Silverado a combustão, GMC Sierra, Yukon e Yukon XL devem voltar a sair da linha de montagem de Orion.
Já os poucos EVs sobreviventes da linha — como Silverado EV, Sierra EV e Hummer EV — continuarão sendo montados na fábrica de Hamtramck, conhecida como Factory Zero, onde também é produzido o Cadillac Escalade IQ.
Outra surpresa da reviravolta é a continuidade do Chevrolet Blazer a gasolina. O modelo, que muitos imaginavam estar com os dias contados, ganhará nova chance e será produzido em Spring Hill a partir de 2027, ao lado dos elétricos Lyriq e Vistiq da Cadillac.
A mesma estratégia vale para a planta de Fairfax, que construirá o Bolt EV 2027 e também o Equinox a combustão, este último com vendas em alta de mais de 30% no primeiro trimestre do ano.
A GM não mencionou diretamente os motivos mais óbvios por trás da decisão, como tarifas, incentivos em risco ou a lentidão na adoção dos EVs nos Estados Unidos. Em vez disso, optou por uma abordagem mais política.
A CEO Mary Barra declarou que a medida “demonstra nosso compromisso em fabricar veículos nos EUA e apoiar empregos americanos”, além de destacar que “os clientes querem ter opções e uma variedade de veículos que amam” — um recado claro de que o carro a combustão continua com força total.
Com um novo aporte de aproximadamente US$ 4 bilhões, valor semelhante ao planejado para a transição da fábrica para EVs, fica no ar a dúvida: quanto a GM já queimou em uma aposta que não deu certo?
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