A China deu um passo decisivo rumo à segurança e à padronização técnica da nova geração de veículos ao aprovar, pela primeira vez, normas obrigatórias para a segurança das baterias de carros elétricos.
As novas regras fazem parte de um pacote de 294 normas nacionais publicado no dia 26 de dezembro pela Administração Estatal de Regulação de Mercado, dentro de um plano conjunto que envolve sete órgãos do governo chinês.
O objetivo é claro: acelerar a modernização industrial, melhorar a segurança dos produtos e fomentar o consumo sustentável com foco em eficiência energética e economia circular.
Entre os setores abrangidos, destacam-se 13 áreas estratégicas — incluindo siderurgia, geração de energia, construção civil, eletrodomésticos e veículos —, mas o que mais chama atenção é o novo padrão de segurança para baterias de veículos elétricos, agora definido como obrigatório em nível nacional.
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Pela primeira vez, as autoridades exigem de forma explícita que as baterias não possam pegar fogo ou explodir, estabelecendo um novo parâmetro técnico que obrigará montadoras e fabricantes de sistemas de propulsão elétrica a reverem seus projetos.
De acordo com Liu Hongsheng, diretor do Departamento de Tecnologia de Normas da agência reguladora, a nova exigência representa um “avanço técnico” nas normas de segurança automotiva e deve forçar a indústria a aprimorar estruturas de bateria e sistemas de gerenciamento térmico, principais responsáveis por falhas em condições extremas.
O novo regulamento está formalizado na norma nacional GB 38031-2025, com entrada em vigor marcada para 1º de julho de 2026.
Todos os veículos elétricos novos que forem homologados a partir dessa data terão que cumprir as exigências atualizadas.
Modelos que já foram aprovados pelas normas anteriores terão um período de transição até 1º de julho de 2027.
Além das baterias, a China também publicou 113 normas voltadas à eficiência energética e à redução de emissões, abrangendo setores de alto consumo como geração termoelétrica, cimento e aço.
As novas regras impõem limites máximos de consumo de energia e aumentam os padrões mínimos de eficiência para equipamentos como caldeiras, motores elétricos e transformadores.
No campo do consumo popular, 115 novas normas foram voltadas a setores como eletrodomésticos, móveis, produtos eletrônicos e automóveis.
O objetivo é elevar a qualidade e a segurança dos produtos vendidos à população, promovendo um movimento de renovação e descarte inteligente de bens duráveis.
A terceira frente do pacote regula o reaproveitamento de recursos e a economia circular, com 66 normas focadas na reciclagem, desmontagem e reprocessamento de produtos usados, incluindo painéis solares, turbinas eólicas, baterias, eletroeletrônicos e móveis.
Esses padrões abrangem desde o tratamento de resíduos até a reutilização de materiais críticos, como metais de terras raras.
A nova abordagem chinesa sinaliza um endurecimento regulatório em todos os elos da cadeia industrial, especialmente no setor automotivo, onde a segurança das baterias virou prioridade nacional.
Com o crescimento acelerado dos veículos elétricos no país, as autoridades deixam claro que não basta vender mais — será preciso vender com mais segurança, eficiência e responsabilidade ambiental.
Para as montadoras globais que atuam no mercado chinês, o recado é direto: adaptar-se ao novo padrão não será opcional.
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