
Está esperando para ver o investimento prometido de BYD e Geely no Brasil e em outros países da região? Então, espere um pouco mais, já que a origem de tudo isso não teria relação com a disposição das empresas, mas seria de cunho político.
Segundo fontes da Reuters, o governo da China está adiando a aprovação dos planos das montadoras chinesas Geely e BYD na América Latina.
O motivo desse adiamento de aprovação de investimentos na região são tarifas elevadas dos EUA, que alimentam o comércio e as incertezas econômicas, segundo duas pessoas com conhecimento do assunto.
Em dois casos conhecidos de investimentos chineses na região, o governo de Pequim segurou a autorização para investimento por mais tempo que o previsto.
Esses foram os casos da BYD no México, caso evidentemente ligado à posição do governo americano, mesmo na administração anterior, de barrar a entrada de carros chineses no mercado local.
O outro foi o recente acordo entre Geely e Renault, que permitiu que a montadora chinesa utilize as instalações brasileiras da francesa para entrar no mercado local.
As fontes disseram que, nos dois casos, Pequim interferiu no cronograma, segurando tais autorizações. Como bem sabemos, a China “recomendou” que fabricantes de seu país evitassem investimentos na Europa, por exemplo.
Nesses dois casos, “o planejador estatal da China disse aos representantes das montadoras que haveria riscos de transferência de tecnologia nos planos, sem dar mais detalhes”.
Ou seja, nada de nacionalização de peças e componentes vitais de carros elétricos e híbridos, o que corrobora com decisão recente da BYD de pedir redução de impostos para permitir a produção em SKD e CKD na Bahia.
Nesse caso, interessa mais aos chineses exportar tais peças e componentes semidesmontados ou desmontados como faziam Ford e GM há exatos 100 anos no Brasil, com suas linhas de montagem no Ipiranga…
À Reuters, a Geely disse que seu projeto não teve atrasos, sendo executado 52 dias após a assinatura de memorando de entendimento com a Renault, enquanto a BYD não respondeu ao pedido de explicações.
Com uma cadeia industrial voltada para a exportação, não é de interesse da China converter essas remessas em produções internacionais com tecnologias transferidas para tais destinos.

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