A crise dos fabricantes estrangeiros na China continua se aprofundando, e as gigantes do setor automotivo tradicional seguem perdendo espaço no maior mercado do mundo.
A Volkswagen, que há décadas mantém forte presença no país, anunciou o fechamento de uma de suas fábricas. Já a Stellantis, dona da Jeep, tomou uma medida ainda mais drástica ao entrar com pedido de falência por meio de sua joint venture local.
A planta da Volkswagen em Nanjing, inaugurada em 2008 como parte da parceria com a SAIC, será oficialmente encerrada ainda em 2025.
Embora o local tenha capacidade para produzir até 360 mil veículos por ano, o ritmo atual está bem abaixo do esperado, o que levou à decisão de descontinuar as operações.
A fábrica era responsável por montar modelos a combustão populares como o Passat e o Skoda Superb.
Apesar do encerramento, a Volkswagen afirmou que parte da produção será transferida para outra unidade localizada na mesma província de Jiangsu.
A marca alemã está promovendo uma grande reestruturação na China, convertendo diversas fábricas para a produção de veículos elétricos. Segundo a montadora, a fábrica de Nanjing já teve sua produção encerrada e será desativada oficialmente no segundo semestre.
Enquanto isso, a joint venture entre Stellantis e o grupo chinês GAC caminha para um fim melancólico.
A parceria, que produzia modelos da Jeep no país, já havia sido encerrada oficialmente em 2022, mas agora segue para a falência definitiva. Desde então, os veículos da Jeep são oferecidos na China apenas por meio de importações, o que contribuiu para a queda drástica nas vendas.
Mesmo diante da crescente eletrificação, a Volkswagen insiste em uma estratégia híbrida, mantendo a produção de carros a combustão como o Tiguan, Lavida e T-Roc, ao mesmo tempo em que avança com lançamentos elétricos como o ID.4X, ID.3 Smart Edition e o novo ID.3 GTX.
Para os próximos anos, a marca pretende lançar mais de 20 novos modelos entre EVs, híbridos plug-in e versões com autonomia estendida.
Outro destaque é o aguardado lançamento do Audi E5 Sportback, o primeiro modelo baseado na nova plataforma digital da SAIC-VW, com autonomia de até 770 km no ciclo CLTC. A montadora acredita que 2026 será um ano-chave para seus veículos elétricos e inteligentes.
Por outro lado, enquanto as marcas ocidentais lutam para manter sua relevância, fabricantes locais como a BYD seguem ganhando terreno.
Em 2023, a BYD superou a Volkswagen e se tornou a marca mais vendida na China. Apenas em junho deste ano, a montadora chinesa vendeu mais de 382 mil unidades, somando mais de 2,1 milhões de carros no primeiro semestre de 2025 — um crescimento de 33% em relação ao mesmo período de 2024.
Além da BYD, nomes como Xpeng, NIO e até a Xiaomi vêm ampliando seu portfólio com modelos cada vez mais tecnológicos e com maior autonomia, pressionando ainda mais as marcas tradicionais.
A expansão dessas montadoras chinesas para outros mercados levanta a questão: será que os fabricantes históricos conseguirão reagir a tempo? A resposta pode estar nos novos lançamentos que começam a chegar nos próximos meses.
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