China: montadoras estariam falsificando carros usados; objetivo seria aumentar vendas para obter incentivos fiscais

vendendo carro fechando negocio
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Aqui conhecemos como “rapel”, mas na China ainda não existe um termo para o emplacamento de carros novos vendidos como carros usados.

Em alguns lugares do mundo, a prática é considerada fraude, mas os chineses não tem uma legislação que enquadre a falsificação de carros usados no mercado automotivo, segundo a TTAC .

Desde 2022, o governo chinês cortou quase toda a ajuda para o setor automotivo, mas somente os grandes fabricantes ainda se beneficiam de subsídios, já que faz parte da política do país apoiar os fabricantes que dominam as vendas e também exportam.

Então, nesse caso, para se obter um volume maior, mesmo acima da demanda, alguns fabricantes estariam vendendo carros novos com descontos para revendedores autorizados, empresas de aluguel, lojas de carros usados, casas de leilão, etc.

Vender para revendedores independentes de fato não é crime, mas o emplacamento de um veículo que não foi para um consumidor comum, quando a venda foi feita nesse sentido, pode ser, dependendo do país.

Não se fala de nome de “laranjas”, mas estes carros novos oferecidos nestas lojas são considerados carros usados, embora o odômetro seja zerado, visto que foram faturados para um cliente final, que não é um consumidor de fato.

Desse modo, com um volume acima da demanda, tais fabricantes conseguem números que os capacitam a ganhar tais subsídios de Pequim e assim manter uma vantagem sobre as montadoras menores.

De um lado, a China quer mesmo reduzir os fabricantes de veículos a grupos superconcentrados com potencial de exportação e competição global.

Também reverter a vantagem das marcas estrangeiras no país é outro desejo de Pequim, porém, tais práticas não são bem vistas no mercado internacional, tanto que, em 2017, a China meteu o pé no freio desse movimento.

Uma ampla investigação interna apurou a prática e aparentemente ela teria sido coibida, mas agora se espera por uma nova auditoria governamental sobre o setor, com promessa de reunir fabricantes, revendedores e todos os envolvidos no comércio automotivo local.

Wei Jianjun, CEO da GWM, denunciou que o mercado local não está saudável. As vendas reais estão em queda no país e uma bolha pode se formar, especialmente após um movimento de descontos nos preços de forma considerável, como da BYD.

 

 



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Autor: Ricardo de Oliveira

Com experiência de 27 anos, há 16 anos trabalha como jornalista no Notícias Automotivas, escreve sobre as mais recentes novidades do setor, frequenta eventos de lançamentos das montadoras e faz testes e avaliações. Suas redes sociais: Instagram, Facebook, X