O número de clientes da Tesla que estão se decepcionando com a assistência técnica da marca só cresce.
Apesar de ter gasto mais de 1,45 bilhão de dólares com garantia em 2024 — um salto expressivo comparado aos 1,23 bilhão do ano anterior —, a montadora tem evitado cobrir diversos consertos, mesmo quando envolvem itens teoricamente protegidos pelo contrato.
O principal motivo das recusas? Água.
De acordo com relatos nas redes sociais, vários donos de Tesla estão sendo cobrados por reparos de baterias supostamente danificadas por exposição à chuva.
Em um dos casos mais absurdos, o orçamento passado ao proprietário de um Model 3 girava em torno de 21 mil dólares para substituir o conjunto — algo que, normalmente, estaria coberto pela garantia de 8 anos para bateria e sistema de propulsão.
A pegadinha está nos termos vagos do contrato de garantia. A Tesla cita, entre as exclusões, danos causados por “água”, sem deixar claro o que isso inclui. Na prática, até a chuva pode ser usada como justificativa para se isentar da responsabilidade.
Um dono de Model S relatou que teve o pedido de conserto negado por conta de umidade em um cabo de alta tensão, mesmo alegando que o carro nunca passou por alagamentos ou enchentes.
Se a situação já soa absurda, o caso da Cybertruck consegue elevar ainda mais o nível de preocupação. O manual do utilitário elétrico alerta contra o uso de lava-rápidos automáticos, a menos que uma série de cuidados sejam tomados.
Isso inclui evitar água quente, sabões com pH acima de 13 e exposição ao sol durante a lavagem. Para um veículo vendido como “à prova de balas”, é curioso que algumas gotas de sabão possam desativá-lo.
Além das polêmicas envolvendo água, a Tesla também enfrenta acusações mais sérias de tentar se esquivar de reparos. Uma delas envolve a suspensão de modelos S e X, apontada como defeituosa por vários proprietários, mas cuja responsabilidade a empresa nega.
Outro processo, aberto na Califórnia, acusa a Tesla de inflar artificialmente a quilometragem dos carros para encurtar o prazo de cobertura da garantia.
De acordo com a ação judicial, a Tesla pode estar usando algoritmos proprietários que estimam a quilometragem com base em padrões de carga e condução, e não pela rotação real das rodas, como ocorre tradicionalmente.
Isso poderia resultar em diferenças de até 117% na contagem final — o suficiente para “vencer” a garantia com anos de antecedência.
Diante de tantos relatos, a recomendação para quem pensa em comprar um Tesla é clara: leia com atenção cada linha da garantia e evite deixar o carro na chuva. Ao que tudo indica, molhar um Tesla pode sair mais caro do que muitos imaginam.
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