Quase quatro décadas depois de os Estados Unidos tornarem obrigatória a terceira luz de freio nos carros — aquela no alto da traseira —, um novo estudo propõe algo ainda mais radical.
A ideia agora é adicionar luzes de freio na parte da frente dos veículos. E, por mais estranho que isso pareça, os dados indicam que a mudança pode reduzir significativamente o número de acidentes nas ruas.
A proposta vem do Instituto de Segurança Veicular da Universidade Técnica de Graz, na Áustria.
Pesquisadores da instituição reconstruíram 200 acidentes reais em simulações digitais e testaram como os resultados mudariam se os veículos envolvidos tivessem luzes de freio voltadas para a frente.
Os dados impressionam: em até 17% dos casos, as colisões poderiam ter sido evitadas. E mesmo quando o impacto não era completamente evitado, em cerca de 25% dos cenários ele seria menos severo, reduzindo o risco de ferimentos graves.
A lógica por trás disso é simples. Muitos motoristas tomam decisões com base em suposições visuais — como quando acham que um carro vai seguir adiante e acabam cruzando uma via.
Se houvesse um aviso claro de que o veículo está freando, até mesmo na sua aproximação, isso poderia mudar a dinâmica dessas decisões e evitar tragédias.
Claro, nem tudo são flores. Em cerca de um terço dos acidentes analisados, os pesquisadores concluíram que os motoristas não teriam visão direta para enxergar uma luz de freio frontal.
Por isso, a proposta se estende: incluir também luzes de freio nas laterais dos carros.
E não estamos falando apenas de teoria. Um estudo de campo foi realizado na Eslováquia, com mais de 3 mil carros rodando por até 11 meses com luzes de freio frontais.
A maioria dos motoristas relatou que a tecnologia era útil e fácil de entender, e 75% apoiaram a ideia de torná-la padrão em novos veículos.
O melhor de tudo é que a implementação seria simples. Ao contrário de airbags primitivos ou para-choques enormes dos anos 70, essa adição não comprometeria o design dos carros e exigiria apenas uma pequena adaptação no sistema elétrico e visual.
A pergunta que fica é: estamos prontos para ver luzes de freio também na dianteira e nas laterais dos carros? Se os números forem levados a sério, talvez essa seja a próxima grande mudança na segurança automotiva.
Qualquer avanço que possa reduzir acidentes deve ser, no mínimo, considerado.
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