Clientes da Xiaomi querem devolver seus EVs esportivos com capô opcional de 33.000 reais, que não ajuda nada na aerodinâmica

xiaomi su7 ultra capo falso
xiaomi su7 ultra capo falso

O Xiaomi SU7 Ultra, sedã elétrico que prometia rivalizar com os grandes nomes do mercado de performance, como o Porsche Taycan, está enfrentando um momento delicado em sua curta trajetória.

Após meses de grande hype e uma campanha de lançamento agressiva, o modelo começa a perder prestígio entre os próprios consumidores — e um dos principais motivos dessa virada de percepção é um detalhe surpreendente:

Ele tem um capô opcional de quase US$ 6.000 (cerca de R$ 33 mil) que, apesar do preço elevado, não cumpre a função que a marca prometeu.

xiaomi su7 ultra amarelo
xiaomi su7 ultra amarelo

Durante a apresentação do SU7 Ultra, a Xiaomi divulgou que o capô esculpido com entradas de ar fazia parte do sistema de refrigeração e aerodinâmica do carro, reforçando a imagem de que o modelo era projetado para alto desempenho e uso em pista.

A peça se tornou um dos destaques visuais do veículo e foi apresentada como um elemento técnico essencial, ideal para clientes que desejavam extrair o máximo do conjunto mecânico de mais de 1.500 cavalos de potência.

No entanto, após a entrega dos primeiros carros, uma série de testes feitos por influenciadores e donos de SU7 Ultra revelou uma dura verdade: não há fluxo de ar significativo passando pelas aberturas do capô.

Em outras palavras, o componente é meramente estético.

xiaomi su7 ultra (1)
xiaomi su7 ultra (1)

A polêmica cresceu a ponto de a própria Xiaomi emitir um pedido oficial de desculpas , admitindo que o capô oferece apenas uma “orientação parcial de fluxo de ar” e algum “resfriamento auxiliar do compartimento dianteiro”.

Mas para muitos proprietários, isso está muito aquém do que foi prometido inicialmente.

Essa não é a primeira vez que a Xiaomi se vê no centro de críticas relacionadas à transparência e funcionalidade do SU7 Ultra.

Recentemente, a empresa lançou uma atualização de software (versão 1.7.0) que reduziu drasticamente a potência disponível do veículo, limitando os mais de 1.500 cv de potência para cerca de 900 cv — a menos que o motorista comprovasse habilidade em pista homologada pela própria Xiaomi, realizando uma volta rápida com avaliação automática do sistema de bordo.

xiaomi su7 ultra (2)
xiaomi su7 ultra (2)

A repercussão negativa foi imediata. Muitos consumidores se sentiram enganados por receberem um carro com toda a potência liberada inicialmente, apenas para vê-la bloqueada via software depois.

A pressão pública fez com que a fabricante recuasse, revertendo a limitação e abandonando, ao menos por enquanto, o requisito de desempenho em pista para liberar o potencial total do carro.

Somando os dois episódios — o capô funcional que não funciona e a potência prometida que foi retirada — o descontentamento entre os donos do SU7 Ultra cresceu de forma visível.

Muitos começaram a pedir reembolsos, exigindo compensações por sentirem que compraram um produto que não condiz com o que foi divulgado.

Como resposta, a Xiaomi ofereceu um reembolso para os clientes que adquiriram o capô caro, além de permitir que os compradores que ainda não receberam seus veículos troquem o item pelo modelo padrão em alumínio.

No entanto, os danos à imagem da marca já foram feitos — e começam a colocar em xeque o futuro do SU7 Ultra, pelo menos fora da China .

A proposta do SU7 Ultra de ser um “supercarro acessível” agora enfrenta uma barreira mais difícil de superar: a confiança dos consumidores.

Afinal, em um segmento onde prestígio, transparência e entrega real de performance pesam tanto quanto o design, um capô falso pode custar caro. Muito mais caro do que US$ 6.000.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.