O Brasil tem mais motos e ciclomotores que muitos países populosos, como Uzbequistão, Peru, Malásia e Moçambique, por exemplo, com nada menos que 34,2 milhões de unidades circulando neste momento pelo país.
É uma quantidade enorme, tanto que representa 28% da frota brasileira de veículos. Todavia, nesse mar de duas rodas, mais da metade dos que as pilotam não possuem CNH ou se a tem, ela é inválida para conduzir motocicleta ou ciclomotor.
O levantamento foi feito pela Secretaria Nacional de Trânsito, a Senatran, que indicou que 54% dos condutores dessas motos estão irregulares, sendo nada menos que 17,5 milhões de condutores sem CNH, ACC ou com documentação inválida.
Trata-se de um dado alarmante que acende a luz vermelha do semáforo da segurança para essa verdadeira multidão que pode achar que sabe o que está fazendo sobre duas rodas.
O Senatran, integrado ao Ministério dos Transportes, revelou que destes 34,2 milhões registrados – vale ressaltar que a era da cinquentinha contribuiu para um mar de ciclomotores sem registro – 23,1 milhões de motos têm donos com CNH.
Só que destes, apenas 15 milhões possuem a categoria A, que os autoriza a conduzir motocicletas ou possuem a autorização para condução de ciclomotores (ACC). Ou seja, o restante está num oceano de ilegalidade, surfando sobre a lei.
Dos ilegais, 11,6 milhões estão na faixa etária de 30 a 39 anos, com 10,2 milhões entre 40 e 49 anos. Nesse grupo, 75% são homens. Esses números impressionam e tornam a coisa mais grave em estados onde metade da frota é composto por motos, como Acre, Maranhão, Pará e Piauí.
Segundo a Senatran, o motivo para enorme quantidade de condutores inabilitados para motos é que o custo para se obter a CNH categoria A é elevado, chegando mesmo a R$ 4 mil.
Com a pandemia, por exemplo, o serviço de delivery demandou enorme quantidade de motociclistas, o que se ampliou com a ascensão de serviços de aplicativo de carona paga.
Isso tudo após a regularização das cinquentinhas antes da pandemia, quando havia um verdadeiro mercado paralelo de duas rodas no país, com veículos (ciclomotores) não registrados no Renavam.
A Senatran busca o diálogo com as autoescolas para reduzir o custo de obtenção da CNH, mas com tanta demanda por motos, seja para trabalho ou uso pessoal, fica difícil o panorama mudar.
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