
A era de isenção fiscal para carros elétricos no Reino Unido está com os dias contados.
O governo britânico anunciou discretamente no novo Orçamento uma medida inédita: a partir de abril de 2028, tanto EVs quanto híbridos plug-in passarão a pagar uma taxa por milha rodada.
A decisão encerra um longo período em que veículos eletrificados desfrutavam de benefícios fiscais em nome da transição ecológica.
Segundo o plano, donos de veículos totalmente elétricos, como o BYD Dolphin Surf, pagarão 3 pence (R$ 0,19) por milha, enquanto condutores de híbridos plug-in desembolsarão metade disso: 1,5 pence (R$ 0,10).
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Em média, um motorista que percorra 13.700 km (aproximadamente 8.500 milhas) por ano terá uma cobrança anual de cerca de £255 (R$ 1.680).

Mesmo assim, o valor ainda é cerca de 50% menor do que o que um proprietário de carro a combustão paga em impostos sobre combustíveis.
A expectativa do Escritório de Responsabilidade Orçamentária britânico é que a medida gere £1,1 bilhão (R$ 7,2 bilhões) em receitas logo no primeiro ano.
Esse número pode quase dobrar até 2030, dependendo do ritmo de adesão aos EVs — justamente o ponto mais sensível da proposta.
Especialistas já alertam que a nova cobrança pode desestimular potenciais compradores de veículos elétricos, afetando negativamente os planos de descarbonização.
Os detalhes técnicos sobre como será feito o controle da quilometragem — se por GPS, registros de revisão ou outro método — ainda não foram divulgados.

Medidas semelhantes já existem em alguns estados dos EUA, como Oregon, e também na Nova Zelândia.
Para reduzir o impacto negativo da nova taxa, o governo também anunciou um pequeno alívio fiscal: o limite de preço para aplicar o suplemento de carros caros no imposto anual (VED) subirá de £40 mil para £50 mil em abril de 2026.
Na prática, modelos como Tesla Model Y e Kia EV6 deixarão de ser penalizados tão cedo com essa sobretaxa.
Além disso, o incentivo para compra de EVs — que oferece até £3.750 (R$ 24.700) em subsídios — será mantido até o ano fiscal de 2029/30, com um custo estimado de £300 milhões anuais aos cofres públicos.
O movimento sinaliza uma transição delicada: o Reino Unido busca manter a eletrificação nos trilhos, ao mesmo tempo em que procura compensar a perda de arrecadação provocada pela queda nas vendas de combustíveis fósseis.
Enquanto isso, consumidores e montadoras aguardam com cautela os próximos desdobramentos, temendo que o “pedágio por distância” acabe atrasando os avanços da mobilidade elétrica no país.
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