A Coca-Cola acaba de dar um passo ousado e simbólico rumo à sustentabilidade no transporte urbano.
Seus parceiros de engarrafamento estão expandindo agressivamente o uso de veículos elétricos de três rodas — os populares e-rickshaws, também conhecidos como tuk-tuks elétricos — para realizar entregas em diversas cidades do país.
A ação faz parte de uma iniciativa corporativa chamada “Vividhta ka Uphaar”, que pode ser traduzida como “um presente da diversidade”.
Mais do que apenas uma medida ambiental, o projeto tem um forte componente social, já que promove uma logística mais limpa e inclusiva para milhares de comunidades indianas.
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Até agora, mais de 5 mil tuk-tuks elétricos já estão circulando em rotas de entrega em cidades como Ahmedabad, Bhubaneswar e Bhopal.
Os benefícios vão além da redução nas emissões: esses veículos são silenciosos, econômicos e se adaptam perfeitamente ao trânsito caótico e às ruas estreitas das cidades indianas.
Ao trocar caminhões convencionais por modelos elétricos compactos, a Coca-Cola busca não apenas entregar seus produtos, mas também entregar valor social e ambiental.
Esses EVs de três rodas usam motores simples, geralmente de 2 a 4 kW, com baterias de 3 a 5 kWh — próximos dos sistemas de uma bicicleta elétrica robusta, mas com capacidade de carga surpreendente.
Apesar de não competirem com grandes vans em termos de volume, sua eficiência em trajetos curtos e congestionados é insuperável.
Eles se tornaram a solução perfeita para o “último quilômetro” — aquele trecho final da logística que, nas grandes cidades, costuma ser o mais desafiador e poluente.
A Coca-Cola se junta a um grupo crescente de empresas globais que estão investindo nesse tipo de mobilidade. IKEA, Amazon e Flipkart já utilizam modelos semelhantes em operações urbanas no Sul e Sudeste Asiático.
Ao contrário do Ocidente, onde a eletrificação logística gira em torno de caminhões e vans, países em desenvolvimento como a Índia encontram nos tuk-tuks elétricos uma alternativa mais acessível, eficiente e realista para enfrentar seus próprios desafios urbanos.
Essa mudança também reflete uma evolução no pensamento das grandes marcas. Não se trata apenas de “parecer verde” para agradar ao mercado, mas de adotar soluções funcionais e compatíveis com as realidades locais.
A iniciativa da Coca-Cola mostra que a mobilidade elétrica pode — e deve — ser adaptável, e que as respostas mais inteligentes nem sempre vêm em quatro rodas.
Com essa abordagem, a marca não só reduz sua pegada de carbono, mas fortalece sua presença como líder em responsabilidade ambiental e social, deixando um exemplo claro para outras multinacionais: a revolução elétrica pode — e deve — começar com pequenos passos.
E às vezes, esses passos têm três rodas.
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