Carro no Brasil é patrimônio, já sabemos. E custa caro, como também já estamos cansados de saber. Por isso mesmo é sonho de muita gente desde a tenra idade. Por que então não arriscar uns trocados ou dar preferência a lojas e produtos que sorteiam carros?
Eu mesmo amo concursos e sorteios. Culturais do tipo bole uma frase; promocionais do tipo responda à pergunta “Qual a cor branca da fachada do Magazine Joaninha?” e concorra a um carro no sorteio.
E nos últimos anos do tipo “Retweet esta promoção 44 mil vezes e ganhe um Nissan Tiida Zero Km” e “visite nossa fanpage no Facebook e participe do game interativo on-line”. No fim, o objetivo é o mesmo: andar de carro novo sem gastar nada ou gastando-se o mínimo possível!
Quem viveu os anos 80 e 90 deve se recordar das famosas promoções de margarina em que se recortava um selo na tampa e mandava-o pelo correio para concorrer a valiosos prêmios. Lembro-me que em casa compramos umas vinte Dorianas para participar de uma promoção que dava um carro de cor e modelo à escolha do ganhador sorteado.
Foi um tal de fazer bolo, fritar ovo na margarina e até passar um filme plástico na embalagem sem tampa para congelar a bendita. Eu escolhi um Santana vermelho…que nunca chegou.
Já por volta de 1993, a Nestlé utilizou o produto Nescafé para divulgar uma promoção semelhante, mas neste caso a escolha teria que ser entre uma Chevrolet D20, um Kadett GSi ou um Monza Classic. Optei pelo último. Até hoje espero. Paciência: a Dona Estatística mais uma vez não funcionou em meu favor.
Outra forma onde muitos tentam ganhar um carro é comprar uma raspadinha ou um título de capitalização do tipo TeleSena, ValeCap ou afins, que também oferecem prêmios em dinheiro, motos e casas mas que usam um belo carro como chamariz – Captiva, Hilux, Nova S10, entre outros, que podem valer igual ou mais que uma casa, atraindo mais a atenção do consumidor do que o imóvel, o que é algo curioso.
No entanto, muitos que compram tais títulos percorrem o caminho inverso: pensam no carro como uma forma de fazer dinheiro para comprar uma casa ou abrir um negócio. Existem ainda aplicações financeiras a partir de R$1.000,00 como o HiperFundo Bradesco que sorteia um carro por semana e uma casa por mês.
Neste caso, se você não ganha nada pelo menos não perde (muito) – em geral esses fundos rendem menos que a caderneta de poupança. No campo dos jogos de azar, eu me recordo dos “Bingões” que eram comuns até os anos 2000. Na quadra de esportes da minha cidade já foram sorteados um Gurgel Carajás e um Fiat Prêmio Zero Km.
Quem não teve sorte aqui foram os carros. Foram ganhos por dois cachaceiros. Ambos os automóveis trabalharam sem parar e sem receber manutenção, envelheceram logo e terminaram seus dias precocemente no ferro-velho. Agora, se você não é sortudo mas é valente ou beijoqueiro, para pessoas como você também foram criados desafios sob medida.
Lembra-se daqueles concursos que dão um carro para quem ficar mais tempo preso dentro dele? Ou premia o casal que ficar mais horas ininterruptas de pé se beijando? Pois é: há todo tipo de promoção maluca elaborada para quem quer deixar de andar a pé ou quer fazer dinheiro! Todavia existem caminhos mais fáceis.
Grandes editoras, como a Abril, sorteiam anualmente um carro para quem dedica seu tempo para responder a uma pesquisa de hábitos de consumo e estilo de vida. O último carro sorteado foi um VW Jetta TSi. Que lamentavelmente não foi parar na minha garagem.
A Editora Abril, por sinal, através da revista Quatro Rodas, foi além de simplesmente sortear carros: encomendou à Puma e seus designers e mecânicos um modelo único, desenhado exclusivamente para sortear a três sortudos leitores. O carro em questão foi o Puma GT 4R (de 4Rodas), sendo um de cada cor. Isto aconteceu no ano de 1969.
E nos anos 90 a mesma revista resolveu presentear o mérito mais que a sorte. Criou o concurso “O Melhor Motorista do Brasil”, que consiste de uma prova de conhecimentos sobre legistação e sinalização de trânsito e de uma prova prática em uma pista de testes.
O último concurso aconteceu no ano passado e premiou com um Citroën C3 AirCross o vencedor – um médico na casa dos sessenta anos de idade.
Agora, se você não é muito de jogos, desafios, concursos culturais e não gosta de responder pesquisas nem recortar ou enviar códigos de barras de biscoitos via correio ou SMS, basta utilizar suas compras rotineiras para aumentar as chances de ganhar um carrão, dando preferência a alguns estabelecimentos e utilizando seu cartão de crédito normalmente, pois Visa, MasterCard e American Express vivem sorteando prêmios em dinheiro, viagens e carros.
É preciso se cadastrar no site da administradora ou no caixa eletrônico do banco conveniado com o cartão. E fique de olho no calendário: nas datas comemorativas como dia dos namorados, dia das mães, dia dos pais, Natal e Ano Novo, o número de promoções em grandes magazines, Shopping Centers e Postos de gasolina aumenta sensivelmente!
Em breve devem começar as promoções do Dia dos Pais. Você presenteia o “velho” com uma camisa e pode ser presenteado com um Mini Cooper, um Veloster, um Kia Sportage e até um Porsche! Nada mau heim!?
E por falar em Porsche, lembro-me de um ganhador que ao ganhar um 911 foi ao Procon. Como assim? O Porsche já vinha emplacado e o ano modelo era do ano anterior, como se fosse hoje um carro 2011/2011. E no conceito dele isso era carro usado, não novo. Mesmo com IPVA quitado ele chiou. Sem comentários, né?
E por falar em IPVA, muitos já devem ter se perguntado: “Se eu ganhar uma Ferrari terei que “morrer” com o IPVA dela? E o Seguro?” Fique frio, pois a legislação de concursos e sorteios reza que o IPVA do ano corrente deve vir quitado. O seguro não, mas já li em alguns regulamentos que alguns possantes já vêm segurados como cortesia.
Uma outra modalidade mais informal, mas que ainda assim deve ser formalizada em órgãos federais é a rifa. Em geral é utilizada para fins beneficentes e para produtos de menor preço como TV, micro-ondas e computador, por exemplo, mas já vi e comprei rifas de automóveis novos e usados em prol de alguma entidade sem fins lucrativos.
E por fim, uma outra alternativa, que não é um jogo mas sim uma forma de venda, são os leilões virtuais com lances de R$ 0,01 em que o cliente pode levar um produto com mais de 99 % de desconto.
Os interessados compram créditos e dão lances de um centavo por vez, aumentando assim o preço do produto em R$ 0,01 a cada lance. Após 5 segundos sem outro lance maior ou após um horário limite, o internauta leva o produto. Um Renault Clio foi arrematado desta forma por R$ 13,51. Não é de graça, mas é quase, não acham?
E aí pessoal, algum de vocês já ganhou um carro – ou moto que seja – em rifa, promoção, concurso, sorteio, plano de capitalização, raspadinha, promoção de Shopping etc? Já!? Qual foi a sensação? Gostaria de saber, afinal eu nunca ganhei…
Por Gerson Brusco Gonzalez
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