
As vendas de carros elétricos seguem acelerando no mundo em 2025, com 1,6 milhão de unidades comercializadas em julho e um total acumulado de 10,7 milhões no ano até agora, segundo dados da consultoria Rho Motion.
Isso representa um crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2024, consolidando ainda mais a transição global para a eletrificação — mesmo com alguns mercados enfrentando desafios regionais.
China segue soberana. O país asiático continua sendo a força dominante no setor, com 6,5 milhões de EVs vendidos no acumulado do ano, o que representa mais da metade de todas as vendas globais de veículos elétricos.
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Os modelos totalmente elétricos (BEVs) continuam liderando a preferência do consumidor, com um crescimento de 40% no ano, enquanto os híbridos plug-in (PHEVs) enfrentam queda — com retração de 15% em julho e 10% no acumulado anual.

Apesar de uma leve desaceleração de 13% nas vendas chinesas entre junho e julho, os EVs representaram mais de 50% de todas as vendas de carros de passeio pelo terceiro mês consecutivo.
O governo chinês, atento à importância estratégica do setor, já anunciou mais uma rodada de incentivos para trocas de veículos, com nova etapa programada para outubro.
Europa engrena o modo elétrico. No continente europeu, as vendas de EVs cresceram 30% no acumulado de 2025, atingindo 2,3 milhões de unidades. A Alemanha lidera o bloco com alta de 43%, seguida pelo Reino Unido com crescimento de 32%.
A surpresa do ano, no entanto, é a Itália, que graças a um pacote de incentivos de aproximadamente US$ 700 milhões, viu suas vendas subirem 40% — elevando sua participação de mercado para 11%, enquanto a Alemanha já chega a 27% e o Reino Unido ultrapassa os 30%.

Já a França decepcionou, com crescimento modesto de apenas 9% em julho e queda acumulada de 11% no ano.
Para reverter esse cenário, o governo francês pretende reformular seu programa de leasing de veículos elétricos voltado a famílias de baixa renda, com relançamento previsto para 30 de setembro.
América do Norte em marcha lenta. A realidade do outro lado do Atlântico é menos animadora. As vendas de EVs nos EUA cresceram apenas 2% em 2025, pressionadas por incertezas regulatórias, políticas de incentivo instáveis e tarifas comerciais.
Montadoras amargaram perdas bilionárias no segundo trimestre, mesmo com algum alívio vindo da flexibilização nas exigências de créditos de carbono.
Um aumento pontual nas vendas é esperado para o terceiro trimestre, impulsionado pela corrida dos consumidores para aproveitar os créditos fiscais previstos na Lei de Redução da Inflação (IRA), que expiram no final de setembro.
Depois disso, o setor teme novo desaquecimento.
Apesar das dificuldades, algumas fabricantes estão reagindo. A Ford, por exemplo, anunciou uma nova plataforma modular chamada “Universal EV Platform” e revelou planos para lançar, até 2027, uma picape elétrica de porte médio com baterias LFP e preço estimado em US$ 30 mil.
Panorama global em 2025. Em termos estratégicos, o cenário é claro: a eletrificação avança de forma sólida, ainda que com ritmos desiguais.
Enquanto China e Europa lideram, adaptando políticas públicas e investindo pesado em infraestrutura e incentivos, os EUA ainda buscam um modelo mais consistente para manter a competitividade.
Segundo Charles Lester, gerente de dados da Rho Motion, “apesar das variações regionais, a tendência geral para a adoção de EVs em 2025 segue firmemente ascendente”.
Se os obstáculos forem superados, o setor tem tudo para fechar o ano com novo recorde — e, mais importante, acelerar o fim da era dos motores a combustão.
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