A Frota do Tesouro aportou na África no século XV, mas agora uma nova frota chinesa mira outro continente e um país em específico, o Brasil. O desembarque em grandes volumes de carros elétricos e híbridos está, todavia, preocupando quem aqui está há mais tempo…
Com barreiras tentando segurar o ímpeto dos chineses na Europa e os EUA blindados contra qualquer navio ro-ro movido a GNL, os fabricantes passaram a mirar no único país que baixou suas defesas tarifárias, o Brasil.
Oferecendo uma redução tributária para quem quiser produzir aqui, o país abriu as portas para os chineses, que estão desembarcando em uma quantidade impressionante, evidenciada pela chegada do BYD Shenzhen.
O fato do maior navio transportador de carros do mundo aportar em Itajaí com 7.000 veículos (e olha que ele leva 9.200), acirrou os ânimos na Anfavea, preocupada com a invasão chinesa que agora é de jure, diferente da suposição feita há mais de 10 anos.
Na ocasião, a JAC assustou meio-mundo na Avenida Indianópolis, mas agora a sigla mudou para BYD, que promete iniciar a produção em Camaçari no dia 25 de junho.
No entanto, a BYD continua a trazer volumes altos, calculados pela Reuters em 22 mil carros até agora em 2025. Mas, se a marca líder global em carros eletrificados parece o bicho-papão, saiba que ela não está sozinha nisso.
Quase todas aquelas marcas chinesas que o NA vem falando desde tempos imemoriais já estão com um pé aqui ou se preparando para desembarcar. Cálculos da Reuters dão 200.000 importados da China este ano.
A maioria das marcas que está chegando é importação livre, leve e solta, mas grandes players com grana no bolso já fazem seus movimentos em busca de bases industriais localizadas.
BYD e GWM foram as primeiras, embora a Caoa Chery tenha iniciado o processo um pouco antes, ainda numa fase em que não havia preocupação das montadoras com os chineses.
Omoda Jaecco, GAC e Geely são outras das chinesas com planos de produção, embora SAIC, Foton e Leapmotor também estejam no horizonte fabril brasileiro.
Mesmo assim, Anfavea e sindicatos estão preocupados com o nível de localização de peças e componentes, bem como com o processo industrial, que manteria uma alta carga de itens importados da China.
E agora? Somente em julho de 2026, as tarifas voltam para 35% oficialmente. Portanto, Anfavea e outras entidades que estão preocupadas com o processo têm ainda mais um ano para tentar convencer o governo a mudar a política tarifária. Vai mudar? Faltando um ano, o que você acha?
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