A Tesla, líder global em veículos elétricos, projeta um crescimento modesto nas entregas para 2024, após alcançar um recorde de 1,81 milhão de unidades em 2023.
Contudo, o futuro depende fortemente do desempenho do polêmico Cybertruck, que, segundo analistas, enfrenta dificuldades significativas para conquistar consumidores.
Com o aumento da concorrência e uma linha de modelos que muitos consideram envelhecida (Model S foi lançado em 2012, e o Model X foi lançado em 2015), a Tesla enfrenta obstáculos no mercado de veículos elétricos.
Além disso, taxas de juros altas têm levado consumidores a optar por híbridos mais acessíveis em vez de EVs.
Dados mostram que, até outubro, os registros de Teslas nos EUA caíram 7% em relação ao ano anterior, com quedas acentuadas nos modelos mais antigos, como o Model 3 (-32%) e o Model S (-24%).
Desde seu anúncio em 2019, o Cybertruck gerou grande expectativa, especialmente com a promessa de um preço inicial de US$ 40.000. No entanto, a realidade tem sido bem diferente.
As versões atuais do modelo têm preços entre US$ 75.000 e US$ 120.000, muito acima das expectativas iniciais. Além disso, seu design futurista, com linhas trapezoidais em aço inoxidável, tem polarizado opiniões, afastando parte do público conservador que domina o mercado de picapes.
Dados recentes apontam que as reservas do Cybertruck foram substituídas por pedidos diretos, e unidades estão disponíveis para entrega imediata, indicando uma possível desaceleração na demanda.
O veículo também está acumulando estoque em concessionárias de usados, onde o tempo médio para venda aumentou de 27 dias em maio para 75 dias atualmente.
Para contornar esses desafios, a Tesla reduziu preços, ofereceu leasing do Cybertruck a partir de US$ 899 mensais e lançou incentivos generosos para outros modelos, como financiamento a baixo custo, descontos em leasing e até três meses de recarga rápida gratuita.
Apesar disso, analistas questionam a capacidade da empresa de atingir suas metas. O foco no Cybertruck e no desenvolvimento de um “robotáxi” autônomo são vistos como apostas de longo prazo.
Enquanto isso, o CEO Elon Musk enfrenta dificuldades em equilibrar investimentos e o crescimento esperado de 20% a 30% em 2024.
Embora os desafios sejam claros, muitos analistas acreditam que é cedo para decretar o fracasso do Cybertruck.
A Tesla ainda é uma referência no mercado de EVs, e ajustes no preço, produção e estratégias de marketing podem melhorar o desempenho do modelo e contribuir para uma recuperação mais ampla da marca em 2024.
No entanto, com a desaceleração nas vendas, preços controversos e a crescente concorrência, a Tesla precisará mais do que inovação para continuar liderando o mercado.
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