Mesmo com o esfriamento do mercado de carros novos após o pico da pandemia, algumas concessionárias parecem incapazes de abandonar o hábito de inflar preços de forma abusiva.
A Honda of Fort Myers, nos Estados Unidos, é um exemplo gritante desse tipo de prática, adicionando entre US$ 10 mil e US$ 15 mil sobre o valor sugerido de fábrica do novo Civic Type R — e o pior: tudo de forma aberta e confirmada por funcionários.
O caso veio à tona após uma postagem no Reddit mostrar um Civic Type R 2025 na cor Boost Blue Pearl com interior preto, anunciado no site da revenda por US$ 47.975.
Apesar do botão de “Desbloquear Melhor Preço” exigir dados pessoais, ao entrar em contato, o cliente é informado do valor real, que inclui um adicional impressionante de US$ 15 mil rotulado como “Lucro Adicional do Concessionário”.
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Como se não bastasse, o veículo ainda traz taxas de US$ 599 por tapetes de borracha e US$ 399 por protetores de borda de porta — itens que em muitas lojas sequer são cobrados ou vêm como cortesia.
A cereja do bolo é o discurso no site da própria concessionária: “Não vendemos apenas carros – recebemos você como parte da nossa família.” Só se for uma família que cobra caro por qualquer gentileza.
A reação nas redes sociais foi imediata e furiosa. Comentários acusaram a loja de praticar preços enganosos, de explorar a lealdade dos consumidores e até de manchar a imagem da própria Honda.
“Esse tipo de ágio deveria ser ilegal. Golpe completo,” escreveu um internauta. Outro ironizou: “As vendas caíram porque os clientes foram extorquidos antes. Agora querem recuperar com mais extorsão.”
E talvez o aspecto mais revoltante seja o comparativo inevitável com o Acura Integra Type S — um carro considerado superior em diversos aspectos técnicos, com preço sugerido de US$ 54.095.
O modelo frequentemente é vendido sem sobrepreço, e às vezes até com desconto, reforçando o absurdo da prática adotada pela loja da Honda.
Para os consumidores, a lição é clara: evitar lojas que distorcem o valor real dos veículos com taxas ocultas e ágios escancarados.
Para a Honda, a mensagem deveria ser ainda mais direta: é hora de colocar um freio nessas concessionárias que transformam sua imagem em motivo de piada — ou pior, em alvo de boicote.
Enquanto a marca mantém silêncio, a reputação vai se desgastando, e o Civic Type R, ícone da engenharia japonesa acessível, corre o risco de virar apenas mais um símbolo do abuso comercial legitimado por omissão.
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