O CEO da Tesla, Elon Musk, anunciou que espera um crescimento de 20% a 30% nas vendas de veículos para o próximo ano, tranquilizando investidores sobre a capacidade da empresa de continuar lucrando com a venda de carros elétricos, mesmo em meio a incertezas sobre a produção de robotáxis.
Essa previsão otimista, que se baseia em uma meta de “ligeiro crescimento” nas entregas deste ano, fez com que as ações da Tesla subissem 12% no pregão pós-mercado, acrescentando cerca de US$ 80 bilhões em valor de mercado à empresa.
A queda no custo de fabricação dos veículos também ajudou a acalmar os investidores, que se mostram satisfeitos com o foco de Musk em manter as margens de lucro da Tesla, líder no setor, mesmo com as ambições de um futuro dominado por carros autônomos.
Contudo, o lançamento do tão aguardado robotáxi no dia 10 de outubro não impressionou o mercado.
Em uma teleconferência com analistas, Musk destacou: “Nenhuma empresa de EVs é lucrativa, e pelo que sei, nenhuma divisão de veículos elétricos de qualquer montadora tradicional é lucrativa. Portanto, é significativo que a Tesla consiga ser lucrativa, mesmo em um ambiente automotivo tão desafiador.”
Ele ainda reforçou que a Tesla começará a operar veículos autônomos pagos no próximo ano, após a aprovação regulatória na Califórnia e no Texas.
A adoção do software Full Self-Driving (FSD), que supervisiona a direção autônoma, aumentou consideravelmente após o evento do robotáxi. A Tesla, pela segunda vez este ano, ofereceu um mês gratuito do FSD para seus clientes atuais, o que ajudou a impulsionar as vendas desse serviço.
Apesar da demanda incerta e da retração de alguns concorrentes nos investimentos em EVs, a Tesla reiterou seu compromisso com a expansão da linha de veículos, redução de custos e investimentos em projetos de IA e capacidade de produção.
“Os preparativos seguem em andamento para o lançamento de novos veículos – incluindo modelos mais acessíveis – que começaremos a lançar no primeiro semestre de 2025”, afirmou a empresa em comunicado.
O lucro da Tesla no terceiro trimestre, excluindo créditos regulatórios, subiu para 17,05%, superando os 14,6% do trimestre anterior e as expectativas de Wall Street, que previam 14,9%.
No entanto, o diretor financeiro, Vaibhav Taneja, advertiu que será “desafiador” manter essas margens no quarto trimestre.
Os custos de produção por veículo caíram para o menor nível já registrado, cerca de US$ 35.100, e o lucro ajustado de 72 centavos por ação superou a estimativa média de 58 centavos.
A queda nos preços de matérias-primas usadas em baterias de EV contribuiu para essa redução de custos, embora o impacto dessa queda diminua com o tempo.
Taneja ainda previu mais de US$ 11 bilhões em despesas de capital para o próximo ano. Analistas, como Thomas Monteiro, do Investing.com, ressaltaram que os números indicam que a Tesla encontrou um equilíbrio adequado entre preços e custos de produção, diminuindo a urgência de lançar um modelo mais barato.
Após reduzir preços no ano passado, a Tesla começou a oferecer opções de financiamento atraentes para estimular a demanda.
Até agora, a empresa entregou 1,29 milhão de veículos nos primeiros nove meses de 2024, e precisa entregar mais 514.925 unidades para superar o recorde do ano anterior.
“O receio era que os incentivos agressivos para aumentar o volume de vendas no mercado competitivo de EVs afetassem significativamente as margens, mas isso não parece ter acontecido”, comentou Matt Britzman, analista de ações da Hargreaves Lansdown.
A receita da Tesla no terceiro trimestre foi de US$ 25,18 bilhões, um pouco abaixo da estimativa de US$ 25,37 bilhões.
[Fonte: Reuters]
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