Se lá em 1989 você (se já estivesse nesse mundo, é claro) visse uma Volkswagen Santana Quantum rodando sem motorista, o que pensaria? Provavelmente acreditaria ser mais uma das muitas pegadinhas, ou melhor, “câmeras escondidas” do Programa Silvio Santos, não é mesmo?
Em 1989, certamente, mas em pleno 2024, a perua de luxo da VW se tornou clássica de entusiastas apaixonados pelo que a marca alemã tinha de melhor no final dos anos 90, um ano com muita história para contar.
Mas a história aqui é de um brasileiro que decidiu ver sua clássica da Volkswagen dirigir como aqueles carros do programa do SBT. Mateus Rodrigues Reis, um técnico de automação industrial, nem era nascido quando a perua foi fabricada naquele ano.
Com 25 anos, muita criatividade e conhecimento técnico, Mateus converteu a Quantum CL 2.0 de 1989 em um carro autônomo e com ela vem chamando atenção nas redes sociais no perfil @jrindustrias, onde a perua da VW se tornou viral.
Tendo investido somente R$ 900, menos que um pacote opcional ADAS com controle de cruzeiro adaptativo em qualquer carro mais recente, Mateus construiu um dispositivo com peças recicladas, que permite à Quantum CL rodar sem motorista.
Referindo-se ao Auto Pilot da Tesla, Mateus Reis explicou ao site UOL: “Eu sempre gostei de tecnologia e queria fazer algo diferente com o Santana, que era do meu pai. A ideia de transformá-lo em uma espécie de ‘Tesla’ caseiro surgiu como uma brincadeira, mas logo percebi que era possível torná-la realidade”.
Como já mencionamos, não bastaram apenas os R$ 900 e a criatividade para desenvolver o sistema, mas seu conhecimento em desenvolvimento de sistemas e automação industrial.
O projeto consiste numa placa microcontroladora Arduino para gerenciar os movimentos de direção e pedais, assim como tablet adaptativo no painel como multimídia, tendo ainda um sistema computacional de direção para monitorar os veículos a frente e evitar colisões.
Também adicionou um tablet no painel e um aplicativo de comando de voz, onde dá ordens ao veículo. Mateus já conseguiu que a Quantum saia da garagem e rode em baixa velocidade na primeira marcha, já que a transmissão é manual.
Sobre a transmissão, Mateus comentou: “Temos passado por muitas dificuldades e perrengues nesses testes. Até porque é um carro de 35 anos que estava parado havia sete. O primeiro teste foi no início de agosto. O próximo passo é automatizar o câmbio e adicionar mais recursos tecnológicos, como sensores de estacionamento e câmera de ré”.
O jovem finalizou: “A ideia é mostrar que é possível inovar e desenvolver tecnologias de ponta sem a necessidade de grandes investimentos”.
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