
Já não basta o preço salgado dos carros modernos — agora, as montadoras querem que você continue pagando mesmo depois da compra.
A ideia de que somos donos dos nossos veículos está ficando no passado, já que os fabricantes insistem em transformar funções básicas em serviços por assinatura.
De filmes e softwares a carros, tudo parece caminhar para um modelo onde o consumidor nunca é realmente proprietário.
O levantamento mais recente da S&P Global, em sua pesquisa Connected Car Survey 2025, mostra que o público está perdendo a paciência. Em 2024, 86% dos entrevistados afirmaram estar dispostos a pagar por serviços conectados. Mas neste ano, o número despencou para 68%.
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Além disso, subiu em 5% a fatia de pessoas que simplesmente não assinam nada.
O motivo principal? O custo elevado dessas funções, que muitas vezes já estão fisicamente presentes no carro, mas exigem pagamento para funcionar — como no caso da Tesla, que cobra US$ 99 mensais (cerca de R$ 500) para ativar o “Full Self-Driving”, mesmo com todos os sensores já instalados.
O agravante é que muitas dessas funções podem ser supridas com um smartphone. Navegação, mídia e até comandos remotos são possíveis via celular, o que coloca em xeque a utilidade real dessas assinaturas.
Talvez por isso, marcas como GM, Tesla e Rivian estejam abandonando o suporte ao Apple CarPlay e Android Auto, tentando forçar os motoristas a usar seus próprios sistemas — todos pagos, claro.

Mas o problema não se limita ao bolso. A segurança digital e a privacidade também estão em jogo.
A coleta e venda de dados dos motoristas está se tornando comum, com relatos de empresas como GM, Ford e Toyota acumulando informações que acabam sendo negociadas com seguradoras ou agências de marketing.
Recentemente, a GM foi acusada de espionar o comportamento ao volante de seus clientes, sem consentimento claro. E não para por aí: a Subaru teve seus sistemas hackeados, revelando o histórico de localização de veículos ao longo de um ano.
Embora o vazamento tenha sido controlado, ele levanta um alerta para algo que já se arrasta há anos.
Apesar da resistência crescente do público, as fabricantes não parecem dispostas a recuar. A chance de transformar cada veículo em uma fonte de renda recorrente é tentadora demais.
O mercado automotivo segue testando os limites, vendo até onde pode ir antes de enfrentar uma reação em massa.
Se depender das ideias mais absurdas que já surgiram — como assinatura para faróis, cilindros pagos por mês ou até anúncios na central multimídia —, estamos apenas no começo do pesadelo.
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