
Em um cenário onde motores elétricos e híbridos dominam os lançamentos e a pressão por emissões mais baixas dita o ritmo da indústria, a Mercedes-Benz segue na contramão.
A marca alemã acaba de confirmar oficialmente que continuará oferecendo motores V12 — inclusive na Europa — por mais tempo do que se imaginava, mesmo diante das novas e rigorosas exigências da norma Euro 7.
A confirmação veio diretamente do diretor de tecnologia da Mercedes-Benz, Markus Schäfer, durante o Salão de Munique.
Questionado sobre o futuro dos V12 na linha da marca, ele foi claro: “Vamos continuar oferecendo V12s”. Embora tenha evitado dar muitos detalhes, o executivo completou: “Não posso dizer mais, mas está vindo.”
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A fala foi recebida como um sinal claro de que a próxima geração do icônico motor está pronta para enfrentar os novos tempos.
Atualmente, a única forma de ter um Mercedes com V12 é através do luxuosíssimo Maybach S 680, que abriga um motor 6.0 biturbo capaz de entregar 603 cavalos de potência e impressionantes 91 kgfm de torque.
Antigamente, o V12 estava presente também nos SL, nos G-Class e até em versões mais “comuns” do S-Class. Mas com o endurecimento das leis de emissões e a eletrificação ganhando terreno, a presença desse tipo de motorização tornou-se cada vez mais escassa.
O compromisso da marca com os motores de alta cilindrada vai além do V12. Schäfer também adiantou que um novo V8 de alta performance está praticamente pronto para homologação dentro das novas regras da União Europeia.

Isso pode ser um alívio para fãs frustrados com a substituição do antigo V8 biturbo por um quatro cilindros híbrido no novo C63 S, um motor que, embora tecnicamente impressionante, não agradou o público mais tradicional da AMG.
Mesmo com a previsão de banimento de motores a combustão na Europa a partir de 2035, a Mercedes deixa claro que isso não é o fim da linha para suas mecânicas mais potentes.
Segundo o chefe da divisão AMG, Michael Schiebe, ainda existem mercados-chave, como o Oriente Médio e a China, onde a demanda por esses motores continua alta e as restrições são menores.
“Há mercados em que não esperamos esse tipo de regulamentação tão cedo. Podemos continuar oferecendo esses motores enquanto houver demanda”, afirmou Schiebe.

Enquanto concorrentes como BMW e Audi já abandonaram os V12 — a primeira em 2022, e a segunda desde 2018 —, a Mercedes parece disposta a sustentar a tocha da engenharia clássica por mais alguns anos.
E embora o futuro seja inevitavelmente elétrico, há um espaço reservado, ainda que limitado, para a velha e poderosa escola dos doze cilindros.
Se depender da Mercedes-Benz, a sinfonia metálica dos V12 ainda terá seus últimos e gloriosos movimentos — mesmo que apenas para quem puder pagar por esse luxo em forma de motor.
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