A Australia Post está dando mais um passo decisivo rumo ao futuro da logística limpa.
Com a incorporação de 36 novas vans elétricas Mercedes-Benz eVito, a estatal dos correios amplia sua já robusta frota de mais de 5 mil veículos eletrificados em operação.
A meta é clara: alcançar emissões líquidas zero em toda a operação até 2050 — e os movimentos mostram que não se trata apenas de discurso.
A van eVito, com motor elétrico de 85 kW (cerca de 115 cv) e bateria de 60 kWh, foi projetada para exatamente o tipo de serviço urbano que a Australia Post precisa: entregas frequentes, rotas curtas e paradas constantes.
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Embora a autonomia declarada seja de 261 km, a empresa acredita que, no mundo real, essa distância será superada graças ao perfil de uso regenerativo dos veículos, que aproveita bem o ciclo “anda e para” típico dos centros urbanos.
“Este é o nosso maior teste com vans elétricas até agora”, afirma Richard Pittard, Chief Sustainability Officer da Australia Post.
“É um passo relevante à medida que construímos uma rede de entregas moderna, sustentável e adaptada às novas necessidades dos nossos clientes.”
Além das eVito, a estatal australiana já opera com mais de 3.600 triciclos elétricos, 1.500 e-bikes, cerca de 200 motos elétricas UBCO DUTY e caminhões elétricos Mitsubishi eFUSO em seus principais centros logísticos.
Trata-se de uma das maiores frotas elétricas públicas do planeta — e a nova adição das vans da Mercedes deve reforçar esse pioneirismo, especialmente em áreas metropolitanas densamente povoadas, onde os benefícios para a qualidade do ar e a saúde respiratória da população serão mais perceptíveis.
Mais do que um avanço tecnológico, essa decisão joga luz sobre a resistência que ainda existe em outras partes do mundo.
Enquanto países como a Austrália demonstram que frotas elétricas já são tecnicamente viáveis e economicamente justificáveis, outros — como os Estados Unidos — ainda lidam com discursos retrógrados que tratam os EVs como algo distante ou ineficiente.
O programa da Australia Post também serve como alerta para governos e operadores logísticos que insistem em adiar o inevitável.
Se uma empresa estatal já opera com milhares de veículos elétricos e amplia sua frota com modelos de grande porte, por que o resto do setor continua preso à queima de combustível fóssil?
A resposta parece óbvia: falta vontade. E talvez, como indica esse novo movimento da Australia Post, também esteja faltando um pouco de vergonha.
Porque, se os correios da Austrália conseguem liderar a transição energética com vans elétricas nas ruas, o que exatamente ainda está impedindo os outros?
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