A Stellantis começou 2025 em clima de pesadelo.
O grupo automotivo, que já vinha enfrentando quedas sucessivas nas vendas e atrasos em lançamentos estratégicos, revelou um prejuízo assustador de 2,3 bilhões de euros, cerca de 2,7 bilhões de dólares, só no primeiro semestre do ano.
O baque nos Estados Unidos foi particularmente duro, com uma queda de 25% nas vendas no segundo trimestre, indicando que o cenário negativo está longe de se reverter.
Nos concessionários americanos, a situação se agravou com a combinação explosiva de preços altíssimos e a falta de modelos populares.
A produção de veículos no Canadá, uma jogada antes considerada vantajosa, agora virou dor de cabeça com as novas políticas comerciais que aumentaram os custos de importação.
Marcas como Dodge sentiram o impacto diretamente: o SUV Hornet, fabricado na Itália, precisou de incentivos em dinheiro para continuar competitivo no mercado local.
O setor de picapes é um dos poucos que ainda dá algum fôlego à Stellantis. Após longos atrasos, a nova linha da Ram 1500 finalmente começou a chegar aos consumidores, mantendo as vendas em um nível similar ao de 2024.
Mas a grande aposta da marca está no retorno do motor V8 Hemi, agora com sistema híbrido leve, previsto para 2026.
A decisão reverte a estratégia do ex-CEO Carlos Tavares, mas o novo conjunto virá com preço elevado, exigindo do cliente paixão verdadeira por desempenho e um bolso mais fundo.
Enquanto isso, na Europa, o cenário não é menos turbulento.
A Stellantis teve que vir a público negar os rumores sobre uma possível venda da Maserati, mas o simples fato de esses boatos ganharem força já indica que há incertezas reais sobre o futuro do grupo.
A empresa estuda com cautela o destino de várias de suas marcas e, ao que tudo indica, o mercado americano não verá tão cedo novidades vindas da Europa.
O modelo Compass reestilizado e a possível volta do Jeep Cherokee de porte médio são algumas das apostas para reaquecer o segmento de SUVs menores nos EUA.
No entanto, com o ambiente econômico adverso e políticas comerciais hostis, a Stellantis enfrenta dificuldades para se manter relevante em um mercado cada vez mais competitivo e sensível ao preço.
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