
Em um mercado onde modelos limitados de marcas como Ferrari, Porsche e Lamborghini costumam valorizar com o tempo, o Bentley Bacalar acaba de provar que exclusividade nem sempre significa lucro.
Produzido em apenas 12 unidades no mundo, o conversível artesanal da Bentley custava US$2 milhões (aproximadamente R$10,7 milhões) quando lançado.
Mas, durante um leilão realizado pela RM Sotheby’s em Abu Dhabi, no fim de semana do GP de Fórmula 1, um exemplar praticamente novo foi vendido por apenas US$876.785, cerca de R$4,7 milhões.
O carro tinha 1.131 km rodados, pintura especial Memphis Red, rodas de 22 polegadas com acabamento triplo e interior em couro branco e vinho, com detalhes em cromo e madeira nobre.
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Mesmo assim, ninguém pareceu disposto a pagar mais por ele, nem mesmo entre os bilionários que circulavam pelo luxuoso paddock da F1.
O modelo leiloado era o chassi número 5, vindo direto de uma coleção particular em Mônaco, e talvez o mais vistoso Bacalar já fabricado.
Mas o que era para ser um símbolo de exclusividade e desejo se mostrou um negócio de altíssimo risco para colecionadores.
A queda de mais de US$1,1 milhão (cerca de R$5,9 milhões) em valor levanta dúvidas sobre o posicionamento do modelo — e sobre o apelo real de carros hiperexclusivos baseados em modelos “convencionais”.

Afinal, o Bacalar compartilha boa parte da base técnica com o Bentley Continental GTC, que custa a partir de US$300 mil (R$1,6 milhão) e oferece um pacote mecânico semelhante, com motor W12 e acabamento de luxo.
Essa proximidade pode ter feito potenciais compradores questionarem se o Bacalar realmente vale seis vezes mais que um GTC bem configurado.
Mesmo com toda a atenção à pintura, materiais e exclusividade, o mercado parece ter enxergado mais um “produto de marketing” do que uma peça de valor duradouro.
Analistas destacam que, diferente de ícones históricos ou superesportivos de pista, o Bacalar não entrega desempenho excepcional nem carrega um legado de competição — dois fatores que ajudam a valorizar modelos raros.

Além disso, o contexto de mercado mais seletivo, com colecionadores priorizando investimentos sólidos em tempos de instabilidade global, pode ter influenciado no resultado.
Resta saber se o Bacalar será redescoberto no futuro como peça de coleção ou se vai se tornar um símbolo de como até os carros de tiragem ultralimitada podem perder valor rapidamente.
O episódio serve de alerta: em um mundo onde exclusividade se fabrica, o verdadeiro valor nem sempre está no número de unidades produzidas — mas sim no legado, no desempenho e na história que o carro carrega.

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