“Culpa de Elon Musk”: Analistas do banco JPMorgan alertam para dano sem precedentes na marca Tesla, cujas vendas podem cair ainda mais

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O cenário para a Tesla está longe de ser animador em 2025.

A montadora de Elon Musk iniciou o ano com seu pior desempenho trimestral desde 2022 e viu suas ações despencarem em meio a críticas pesadas do mercado financeiro — até mesmo de quem tradicionalmente apostava na empresa.

Ryan Brinkman, analista do JPMorgan Chase & Co., afirmou em um relatório que a mais recente queda nas vendas “confirma o dano de marca sem precedentes que temíamos anteriormente ”.

“Isso nos leva a crer que talvez até tenhamos subestimado a intensidade da reação dos consumidores”, escreveu Brinkman. E os números parecem dar razão a essa avaliação pessimista.

Desde o pico em 17 de dezembro — cerca de um mês após a eleição de Donald Trump para um novo mandato presidencial — as vendas da Tesla caíram 44%. Segundo dados da Bloomberg, a empresa entregou 336.681 veículos nos primeiros três meses do ano.

O número, além de representar o pior resultado trimestral em dois anos, também ficou bem abaixo das expectativas dos analistas e sinaliza um momento delicado para a empresa baseada em Austin, no Texas.

Entre os fatores apontados como causa para a queda estão a troca de linha de produção nas fábricas para acomodar o novo Model Y e, principalmente, a crescente polarização em torno do próprio Elon Musk.

O CEO da Tesla tem se envolvido diretamente em questões políticas globais, algo que parece ter cobrado um preço alto para a imagem da marca — especialmente na Europa.

Brinkman agora projeta lucros de apenas 36 centavos por ação para o primeiro trimestre, abaixo da estimativa anterior de 40 centavos e da média dos analistas consultados pela Bloomberg, que era de 46 centavos.

Para o ano completo, o analista revisou a expectativa para US$ 2,30 por ação, enquanto o consenso do mercado está em US$ 2,70 — valor que já foi reduzido em 17% desde a divulgação do último balanço trimestral da empresa, em janeiro.

Há, no entanto, um fio de esperança para os acionistas: Musk poderá estar prestes a reduzir sua exposição no governo dos EUA. Desde a vitória de Trump, o bilionário assumiu um papel de “conselheiro temporário” no recém-criado Departamento de Eficiência Governamental.

Pela legislação americana, essa função é limitada a 130 dias por ano. Embora não haja data oficial para sua saída, a Casa Branca já avalia o fim de sua participação.

Durante o ciclo eleitoral de 2024, Elon Musk tornou-se o maior doador individual de Trump, com uma contribuição superior a US$ 250 milhões.

Ele também se envolveu em polêmicas políticas na Europa, incluindo apoio público ao partido de extrema-direita AfD, na Alemanha. Como reflexo, as vendas da Tesla no país despencaram 62% no último trimestre.

Com um produto ainda competitivo, mas uma imagem cada vez mais associada a divisões políticas, a Tesla enfrenta um momento decisivo. A depender dos rumos de seu líder, o impacto na marca poderá se intensificar — ou, quem sabe, começar a se dissipar.

O que parece certo, por ora, é que a confiança do mercado está abalada, e recuperar esse terreno não será tarefa fácil.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 20 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.